Carisma da nova seleção não supera Copa do Mundo

Em pouco mais de um mês, a situação vivida pela seleção brasileira se inverteu em diversos pontos. Durante a Copa do Mundo, o time comandado por Dunga gozava de alta visibilidade, proporcionada pela disputa do maior evento do futebol mundial, mas carecia de figuras carismáticas em campo – as poucas exceções eram Robinho e Kaká.

Com a derrota nas quartas de final para a Holanda, o Brasil foi eliminado e, sob severas críticas, Dunga foi demitido. Deu lugar a Mano Menezes, que atendeu aos desejos da torcida e convocou jovens promessas como Neymar, Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato. Os dois primeiros, há algum tempo, já têm sido utilizados por companhias como Seara em publicidade.

Em termos de visibilidade, porém, a nova geração perde – e muito. O amistoso realizado contra os Estados Unidos, no início de agosto, nem de longe pode ser comparado à Copa do Mundo. “É necessário ter um objeto que desperte atenção constante, e por isso a Copa do Mundo é muito mais lucrativa”, explica Oliver Seitz, especialista em indústria do futebol.

Ainda que possua atletas que contam com o apelo popular e atraiam a atenção da imprensa, para o profissional, a evidência gerada pela Mundial é muito mais interessante a patrocinadores e investidores que figuras carismáticas. “A seleção, agora, desperta a atenção em um fim de semana”, justifica Seitz. “O tempo destinado à seleção não compensa o alto valor pago”.

O otimismo gerado pela vitória contra o time norteamericano e o bom futebol apresentado, portanto, devem ser levados em consideração por empresas, mas amistosos e competições como a Copa América não são suficientes para criar retorno similar ao da Copa. “Para o patrocinador, vale mais a pena segurar qualquer investimento para ver como vai estar daqui a três anos”, conclui Seitz.

Por ora, as duas figuras que demonstram maior potencial para publicidade são a dupla santista, Neymar e Ganso. “Principalmente o Neymar, pela postura, pela imagem, por ser novo”, argumenta Valdinei Fujarra, diretor da agência Fujarra Marketing Esportivo. “Ele já extrapolou o fato de ser novo e talentoso. É um popstar para a juventude”.

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