O Brasil do Carnaval, do samba, das praias e de uma série de clichês apareceu na África do Sul nesta terça-feira. Não, este não é um texto com previsões sobre o desempenho da seleção comandada por Dunga, cuja estreia na Copa do Mundo de 2010 está marcada para o mesmo dia. Com exceção das mulheres, vetadas pelos responsáveis, a Casa Brasil foi inaugurada em Johanesburgo e buscou todos os estereótipos possíveis para vender o país como destino turístico até o torneio de 2014. O desfile de lugares comuns começa logo na entrada da Casa Brasil. O empreendimento foi montado no Sandton Convention Centre, mesmo espaço usado pela Fifa e pela Adidas para eventos na Copa do Mundo. Antes do salão principal do espaço canarinho há um corredor que mostra imagens de cada uma das regiões do país, com foco em pontos turísticos e festas características (o Carnaval do Rio e o Festival de Parintins, por exemplo). Na parte interior, a sensação é ainda mais clara. Há estandes para cidades turísticas brasileiras, e a imensa maioria aposta em ideias muito difundidas entre estrangeiros sobre o que o Brasil representa. O mais claro é o espaço reservado ao Rio, que tem fotos de um desfile de Carnaval e uma tela que mostra imagens de praias. Também existe um espaço apenas para falar da percussão tipicamente brasileira. Até o cardápio do evento desta terça-feira contou com quitutes vinculados ao país, como kibe frito e espetinhos de camarão. Tudo isso servido por africanos, mas com ajuda de um garçom e vários barmen naturais do país responsável pelo espaço. ?Eu não posso deixar de falar disso. O negócio é que a Casa Brasil fala mais do que isso. Nós temos um espaço aqui para mostrar que o Brasil tem estruturas desenvolvidas em vários setores como tecnologia e segurança. Falamos de Rio de Janeiro, de Carnaval e de samba, mas também temos um espaço para o [artista plástico] Vick Muniz e outro que fala sobre moda. A São Paulo Fashion Week é hoje o terceiro maior evento de moda do mundo! As pessoas precisam saber disso?, afirmou Maurício Borges, vice-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A Apex despejou R$ 2,5 milhões na construção da Casa Brasil em Johanesburgo. Ministérios como Esporte e Turismo entraram com outro montante, e governos locais também participaram. No total, o empreendimento consumiu R$ 10 milhões. A Casa Brasil funcionará em Johanesburgo até 11 de julho. O espaço é tratado pelos responsáveis como um pontapé para a promoção do país que vai sediar a próxima edição da Copa do Mundo ? por um embargo da Fifa, a competição só pode começar a ser divulgada depois que o torneio da África do Sul estiver encerrado.
Casa Brasil veta mulheres e vende clichê
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