O que eram para ser dois jogos amistosos da seleção brasileira na reta de preparação para a Copa do Mundo de 2018 se transformou num acontecimento quase inédito no mercado de transmissão de futebol no país.
Pela primeira vez após décadas, o Brasil vai jogar e a Globo não terá o direito de exibir a partida da seleção. A CBF confirmou à Máquina do Esporte que nem o SporTV exibirá os jogos do Brasil contra Argentina (dia 9) e Austrália (13), ambos no país da Oceania.
A decisão foi tomada pela CBF após garantir que terá a transmissão do jogo da seleção pela internet. A entidade fechou com o UOL para exibir a partida ao vivo. O portal se junta à Vivo, que fará a transmissão para telefones celulares, e às TVs Brasil e Cultura, que transmitirão o jogo na TV aberta em espaço comprado pela CBF.
A entidade ainda negocia a transmissão por redes sociais. Até agora o cenário mais provável é que o Facebook faça a transmissão do sinal que será gerido pela própria CBF, com a narração do jogo feita por Nivaldo Prieto, da Fox, e tendo o Rei Pelé no time de comentaristas das duas partidas amistosas.
A aposta é de que a transmissão via web, seja pelo UOL ou por uma rede social, compense a queda de exposição representada pela não-exibição do jogo em TV paga. Até o último momento a CBF negociou com as emissoras fechadas, que não aceitaram os valores pedidos pela entidade para exibição dos dois amistosos.
Com isso, após muitos anos nenhuma empresa do Grupo Globo terá o direito de exibir um jogo do Brasil. A redução da dependência da empresa tem sido tomada pela atual gestão da CBF nos últimos tempos. A entidade chegou a negociar com o Esporte Interativo para exibir a Copa do Brasil, mas acabou fechando com a Globo, num aumento substancial de receita. Além disso, no começo do ano, o amistoso contra a Colômbia, para arrecadar verba para as vítimas da Chapecoense, teve o sinal de transmissão aberto para todas as emissoras, aberta e fechada.
Como os dois amistosos serão realizados na Austrália, a diferença de fuso horário não deve fazer com que haja um grande impacto na audiência da TV com a não-exibição da partida nos canais de maior relevância. O que deverá ter maior impacto é o modelo de transmissão por rede social e pela internet, algo que ainda é pouco utilizado. Até agora, porém, comercialmente não houve sucesso na venda do patrocínio dessas transmissões.