CBV quer microfones para juízes didáticos

A Confederação Brasileira de Voleibol pretende incluir um novo dispositivo na lista de equipamentos que os árbitros usam em partidas oficiais da modalidade. Inspirada em jogos da NHL, a liga profissional de futebol americano, a entidade pretende atribuir microfones aos juízes para criar eventos mais didáticos ao público. A sugestão foi feita por Ary Graça Filho, presidente da CBV, na última reunião da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Se obtiver autorização, o dirigente pretende colocar a medida em prática na próxima edição da Superliga, que tem início marcado para outubro deste ano. ?Eu fui ver um jogo de futebol americano sozinho uma vez e achei aquilo de uma brutalidade incrível. Não gostei mesmo. Depois, fui acompanhado de um amigo que conhecia o esporte. Ele me explicou as regras e as táticas, que são táticas de ataque e defesa usadas na guerra. A experiência de acompanhar o jogo ficou muito mais rica?, contou o dirigente na última quinta-feira, em evento realizado em Barueri (SP). Colocar microfones nos árbitros é uma aposta de marketing de Graça Filho para a próxima edição da Superliga. A medida tem como finalidade primordial explicar ao público as novas regras da FIVB para a modalidade, algumas já adotadas na edição 2008/2009 da competição. O torneio teve mudanças nos critérios de invasão da linha central e de toques na rede, e aumentará de 12 para 14 o número de atletas inscritos pelas equipes a cada partida neste ano. ?Não queremos que o público vá aos ginásios e saia de lá sem entender o que acontece. Precisamos ser didáticos, falar sobre as novas regras e explicar. Isso é importante?, disse Graça Filho. A pressão da CBV por didatismo também tem guiado as conversas da entidade com as emissoras responsáveis pela transmissão da Superliga – o torneio será exibido pelo Sportv, com alguns jogos em rede aberta pela Globo. ?Isso é importante para fazer o esporte ser mais interessante a todos?, completou o presidente. O perfil didático da transmissão foi um dos pilares do modelo de gestão adotado pelo vôlei desde que Carlos Arthur Nuzman, atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, assumiu o comando da modalidade no país. O dirigente utilizou jogadores para disseminar as regras e táticas desde a década de 1980, quando o esporte começou a viver ascensão de popularidade. ?O Brasil é referência no voleibol atualmente. Ninguém toma decisão alguma na Federação Internacional de Voleibol sem consultar o Brasil. Nós somos um país pioneiro, que sempre busca o melhor para o esporte. Algumas das principais mudanças de regra dos últimos anos tiveram início aqui. Esperamos mais essa autorização?, revelou Ary Graça Filho.

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