Clássico paulista traz união dos padrões Fifa e Brasil

O primeiro clássico entre duas grandes torcidas na Arena Corinthians em pouco lembrou o “Padrão Fifa” ao qual o estádio foi submetido no mês passado. Talvez a única situação que lembrou a calmaria da Copa do Mundo tenha sido justamente aquela que mais temor gerava pré-jogo: a locomoção dos torcedores para o local do jogo.

Escoltados pela polícia, os palmeirenses chegaram juntos à arena, o que não permitiu que houvesse confrontos entre torcedores nos meios de transporte públicos. Uma reunião dois dias antes do jogo entre polícia e torcidas definiu o esquema que haveria de transporte.

Dentro do estádio, porém, a divisória criada para impedir o encontro de torcedores deixava o estádio esteticamente feio, mas era eficiente em termos de segurança. Confinados num dos lados do campo, os palmeirenses tinham uma área de circulação limitada.

O setor de serviços ao torcedor foi o que mais lembrou o velho “Padrão Brasil”, com vendedores ambulantes circulando livremente pelas arquibancadas.

Com 31.031 pagantes, o jogo teve R$ 2.206.184,00 de renda. Poderia até ter sido maior, se não houvesse a divisão das torcidas e, ainda, preços tão salgados. A área praticamente deserta das cadeiras era no Setor Oeste, considerada a mais nobre pelo Corinthians. Lá, os bilhetes eram os únicos com valores “Padrão Fifa”: R$ 250 e R$ 400. Não fosse isso, a arrecadação poderia ter sido ainda maior.

 

Deu certo

Transporte: Funcionou bem, mesmo sem o expresso Copa. Tanto o trem quanto o metrô deram conta. Com uma linha especial para os palmeirenses, não houve encontro entre as torcidas nas principais estações.

 

Segurança: Havia uma grande apreensão, mas não houve problemas graves. Com a chegada dos palmeirenses em um trem fechado para a torcida, que parou em uma estação mais distante, não houve contato entre entre organizadas.

 

Torcidas: Também foi tranquilo, ainda que, diferentemente da Copa, houvesse uma divisória. No local do banheiro (foto), foi instalada até uma parede dupla para evitar confrontos.

 

Deu errado

Obras: A retirada das arquibancadas provisórias deixa o estádio em clima de obras. Além das cadeiras retiradas, há fios expostos e falta de acabamento. O Corinthians já havia afirmado que isso aconteceria, mas o cenário não deixa de destoar da Copa do Mundo.

 

Alimentação: Oficialmente, um esquema parecido com o da Copa do Mundo. No entanto, houve entrada de ambulantes. Só pode ser considerado bom para aqueles que quiseram matar a saudade do amendoim do Pacaembu.

 

Preço: Mais de 10 mil ingressos não foram comercializados. Além da tensão do clássico, o preço não agradou. O setor oeste, com valor entre R$ 250 e R$ 400, estava praticamente vazio.

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