Internacional e Grêmio apostaram em um clássico pacífico para o último domingo. Na corrente contrária de quem deseja torcida única nos estádios brasileiros, os clubes resolverem abrir um setor misto no Beira-Rio, o que gerou imagens raras de confraternização entre rivais nas arquibancadas gaúchas. Ainda assim, a repetição de velhos problemas explicitou o quão complexa é a questão da violência em arenas esportivas.
Mesmo com o clima de paz em parte das arquibancadas, houve tudo o que um clássico brasileiro costuma ter: brigas entre torcidas, brigas entre torcidas e policiais e atos de vandalismo nas arenas.
O Juizado Especial Criminal registrou 11 ocorrências na partida; 12 pessoas foram presas. No caminho para o estádio Beira-Rio, as organizadas dos dois times entraram em confronto. Parte da torcida do Grêmio atacou policiais com pedras, que também atingiram veículos da imprensa, parados no estacionamento da arena.
No novo estádio Beira-Rio, cadeiras foram destruídas, assim como os banheiros para os visitantes, que tiveram vasos sanitários arrancados. Além disso, algumas câmeras de segurança foram danificadas.
As ocorrências de atos violentos só não conseguiram ofuscar as belas imagens no clássico gaúcho. O setor misto funcionou bem, e famílias de torcedores dos dois times entraram sem problema no Beira-Rio, que recebeu 34 mil pessoas e contou com 700 policiais militares para fazer a segurança do evento.
As diretorias dos clubes também fizeram questão de mostrar cordialidade nos últimos dias. Na sexta-feira, os técnicos Luiz Felipe Scolari e Diego Aguirre se encontraram para um jantar. Nas redes sociais, no domingo, a comunicação de Grêmio e Internacional trocaram mensagens de “boa sorte” e promoveram o que seria o “Clássico da Paz”.