Clube dos 13 terá reunião para debater cotas de TV

A divisão de cotas de TV entre as instituições que fazem parte do Clube dos 13 deverá ser um dos principais assuntos da próxima reunião da entidade. O tema motivou grande polêmica na última plenária por conta de uma reclamação de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, que criticou o critério utilizado pela Rede Globo para aferir a quantidade de assinantes de pay-per-view (PPV) ligada a cada clube.

Desde 2009, Clube dos 13 e Globo usam pesquisas sobre o PPV para balizar a divisão de cotas de TV entre as equipes. Os valores desembolsados pela emissora são repartidos pelos times de acordo com o desempenho de cada um nas vendas.

O problema é que esse desempenho é calculado a partir de uma média entre pesquisas encomendadas pela Globo aos institutos Datafolha e Ibope. Esses levantamentos consideram apenas capitais que tenham pelo menos 1,5% de assinantes do PPV.

Nesse cenário, não há pesquisas sobre a quantidade de compradores de pacotes em Santos, Campinas ou Recife, cidades que têm representantes no Clube dos 13 (Santos, Guarani e Sport, respectivamente). Essas equipes formam o pelotão dos insatisfeitos com o atual modelo.

Luis Álvaro levantou o tema na última reunião, mas a discussão sobre isso não pôde avançar porque a plenária foi exatamente a apresentação da Globo sobre PPV. O C13 pretende negociar as propriedades separadamente para o próximo contrato, e essa será a primeira plataforma que a entidade levará ao mercado.

“Nós não questionamos a divisão, mas a metodologia usada na pesquisa. Santos tem a melhor média de assinantes de TV a cabo por quantidade de habitantes no Brasil, mas nós ficamos lá embaixo. O critério tem de ser mais justo”, ponderou Armênio Neto, gerente de marketing do time da Vila Belmiro.

A meta do Santos é aproveitar a negociação do novo contrato para tentar mudar o modelo de aferição da quantidade de assinantes. O clube já até contratou dois especialistas para fazerem um laudo do negócio e proporem uma nova metodologia de pesquisa.

O Guarani também tem um movimento próprio para tentar combater o atual modelo. Informalmente, o time de Campinas faz pesquisa entre seus conselheiros e sócio-torcedores para ver quem tem PPV em casa. A ideia é apresentar o número ao C13 e mostrar que o critério da pesquisa da Globo não condiz com a realidade.

“Sabemos que essa questão aconteceu por um erro estratégico ou de comunicação, mas acreditamos que vamos chegar a um denominador comum”, opinou Mercival Piron, diretor de marketing do Guarani.

O Sport pretende propor que a pesquisa seja feita pela própria Globo. “Conversando com torcedores na internet, muitos reclamaram que ninguém faz essa pergunta quando eles compram um pacote. Não há essa opção de informar na hora, e isso seria importante para conhecermos a torcida”, lembrou Sid Vasconcelos, vice-presidente de marketing da equipe pernambucana.

O principal problema referente às críticas dos clubes sobre a pesquisa é a possibilidade de uma mudança criar desequilíbrio. Se o levantamento feito pela Globo incluir Santos e Campinas, por exemplo, vai pinçar regiões em que as torcidas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo também são grandes. Outros centros, como Minas Gerais e o Rio de Janeiro, estariam representados apenas pela capital.

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