As mudanças no comando do futebol pelo mundo geraram um movimento de resposta dos clubes de futebol no Brasil que pode diminuir o poder da CBF.
Nesta segunda-feira, diversos clubes vão se reunir no Rio de Janeiro para discutir como pode ser o futuro deles sem uma participação direta da CBF na organização do torneio nacional. O movimento já é um desdobramento da crise que ronda a entidade máxima do futebol brasileiro desde que o ex-vice-presidente José Maria Marin foi preso, há duas semanas.
Na pauta da reunião dos clubes está a discussão de quanto eles poderiam faturar a mais se assumissem as gestões do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e dos torneios regionais no começo do ano, em detrimento das competições estaduais.
Os clubes passaram os últimos dias estudando quais as fontes de receita que podem aumentar no caso de eles assumirem a gestão dos eventos. Um dos pontos mais intrigantes, para eles, é o quanto a Copa do Brasil fatura por ano, em direitos de mídia e venda de propriedades comerciais. O torneio é um dos que têm pior premiação para os participantes.
O encontro deverá reunir outras lideranças do futebol. Representantes de atletas e executivos de futebol estavam sendo contatados para fazer parte do debate.
A reunião entre os clubes gerou uma correria na CBF, que também convocou um encontro para esta segunda-feira no Rio de Janeiro com os clubes. A convocação da reunião com a entidade mudou o local do encontro entre os clubes, que deverá ser só no fim do dia.
Enquanto tenta conter o avanço dos clubes, a CBF prepara uma reforma em seu estatuto. Na quinta-feira, haverá Assembléia Extraordinária para discutir uma mudança no texto do estatuto. Marco Polo Del Nero quer mudar o artigo que concede ao vice-presidente mais idoso o direito de se tornar presidente da entidade na vacância do cargo.
A CBF rechaça uma articulação de um golpe com a medida e diz que a ideia é “modernizar” o texto.