Clubes têm faturamento recorde, mas aumentam despesas

Grêmio conquista título da Copa do Brasil 2016

Os clubes brasileiros bateram recorde de faturamento na temporada passada, segundo estudo do Itaú BBA divulgado nesta terça-feira (dia 21). Os 27 maiores times do país arrecadaram R$ 4,352 bilhões, o que representa um aumento de 20% em relação à 2015.

Esse montante não leva em conta as luvas pagas antecipadamente nas negociações pelos direitos de TV do Brasileirão de 2019 a 2022, que teve disputa acirrada entre SporTV e Esporte Interativo entre as emissoras fechadas.

Apesar disso, não houve a opção por controle rígido nos gastos visando diminuir o endividamento e tornar as equipes mais sustentáveis a longo prazo. Os custos subiram 21%.

“Os clubes ganharam mais, gastaram mais e continuaram em situação difícil quando eles poderiam ter aproveitado a receita adicional para ficar mais sustentável”, opina Cesar Grafietti, superintendente de crédito do Itaú BBA e coordenador do estudo.

 

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Esse nível de gastos pode gerar uma dificuldade para os clubes pagarem suas parcelas no Profut, programa do governo federal destinado a renegociar as dívidas dos times.

Segundo projeção do estudo, entre as equipes da Série A, se mantiverem o nível de gastos de 2016, apenas Atlético-PR, Chapecoense, Flamengo, Grêmio e Sport teriam condições de honrar seus compromissos. O Palmeiras, que não aderiu ao programa, é outra exceção.

 

Atlético-PR é um dos clubes em condição de honrar compromissos com Profut

 

Apesar do cenário assustador, o aumento nas receitas mostra que o futebol passou imune pelo cenário de queda no PIB experimentado pelo Brasil nos dois últimos anos.

“Isso que mostra que o futebol tem um nível de resiliência que é visto em poucas indústrias. Estamos falando de uma das três indústrias do país que tiveram desempenho espetacular em momento recessivo da economia”, comenta o pesquisador.

O resultado foi obtido graças a fontes de arrecadação mais estáveis, como contratos de TV a longo prazo e receitas de bilheteria.

A venda de direitos federativos de jogadores, por outro lado, é uma fonte de faturamento com grande instabilidade. Quem contava com esse tipo de verba para fechar as contas, enfrentou dificuldades. Foi o caso do Internacional que, em dificuldades financeiras, acabou rebaixado para a Série B do Brasileirão. 

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