Na última semana, quatro grandes clubes do futebol brasileiro usaram suas redes sociais para fazer provocações a rivais. O Palmeiras brincou com o São Paulo, derrotado no último domingo. O Vasco questionou o Flamengo por erros de arbitragem. E Corinthians e Flamengo trocaram mensagens irônicas após a equipe carioca postar uma frase usada pelos paulistas.
Meras brincadeiras para alguns, insultos para outros, ficou a dúvida sobre qual seria o limite dessas iniciativas.
Para o especialista em branding no esporte, o sócio da agência Inspire Sport Business, Eduardo Muniz, a fronteira não é fácil de identificar. “Dentro do esporte, essa rivalidade, até certo ponto, é salutar. Agora, se extrapolar certos limites, ela vai desagregar à marca do clube. Ela não desagrada ao mais fanático, mas sim a outros consumidores, que são maioria, e patrocinadores”, ponderou.
E isso nem sempre é bem aceito. A WTorre, por exemplo, anunciou a demissão de um funcionário que provocou o São Paulo no Twitter. Quando envolveu o nome direto de uma empresa, no caso a Allianz, a brincadeira foi mais levada a sério.
Há uma semana, foi a vez da Arena Corinthians fazer provocações. Nesse caso, a plataforma foi o telão do estádio. Publicamente, o funcionário foi demitido, o que gerou uma série de protestos nas redes sociais do clube, deixando claro que a iniciativa tem força em determinados setores.
Ainda assim, não necessariamente os clubes têm pensado nessas ações em termos de construção de marca, assunto que tem tido evolução no esporte brasileiro, mas que está longe da maturidade.
“Hoje, infelizmente, o grande vetor do patrocínio ainda é a visibilidade, independente da qualidade dessa visibilidade. A troca de atributos entre as marcas ainda não é relevada”, finalizou Muniz.