COB deixa “bolha” do RJ e se aproxima de SP e dos atletas

O Selo dos Atletas Olímpicos tem três versões. Foto: Diana Amato

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizou nesta terça-feira (7) um evento em São Paulo para lançar o Selo dos Atletas Olímpicos. A criação por si só parece uma coisa simples, mas basta um olhar um pouco diferente para a situação que dois fatores saltam aos olhos: o local e os principais envolvidos no evento.

Em primeiro lugar, São Paulo. Não o Rio de Janeiro, onde fica a sede da entidade. Não o Rio de Janeiro, onde foi realizada a última edição dos Jogos Olímpicos. Não o Rio de Janeiro, que foi a capital do esporte brasileiro durante praticamente toda a década atual.

Toda a cúpula do “Novo COB”, como os principais dirigentes da entidade gostam de falar, viajou para São Paulo. Inclusive o presidente, Paulo Wanderley, principal responsável pelas mudanças que vêm ocorrendo no COB. E nada disso é à toa.

Rogério Sampaio foi medalhista de ouro em Barcelona 1992. Foto: Diana Amato

“A maioria dos eventos do COB ocorreu no RJ nos últimos anos principalmente porque os grandes eventos que ocorreram no Brasil aconteceram no RJ. A ideia de trazer este evento para SP é porque o maior número de medalhistas olímpicos brasileiros reside em SP, os grandes patrocinadores também estão aqui no estado de SP, a base da economia brasileira, as grandes empresas têm suas sedes em SP, a grande mídia esportiva nacional também está no estado de SP. Depois de tantos anos, era necessário que nós viéssemos apresentar todo o trabalho do COB aqui no estado de SP. A gente precisa mostrar isso para quem tem interesse”, afirmou Rogério Sampaio, ex-atleta do judô e atual diretor geral do COB.

Além do local, chamou atenção a quantidade de atletas e ex-atletas presentes no evento. Contando com o próprio Rogério Sampaio e o mestre de cerimônias Tande, foram 14 medalhistas olímpicos brasileiros. E todos fizeram questão de ressaltar a alegria de estarem ali, sendo homenageados com a criação do Selo.

Atletas olímpicos brasileiros foram representados por 14 medalhistas no evento em SP. Foto: Diana Amato

Essa aproximação com São Paulo e com atletas e ex-atletas mostra uma estratégia completamente contrária da nova gestão do COB com relação à anterior. Nos tempos de Carlos Arthur Nuzman, o que mais se via eram eventos praticamente só no Rio de Janeiro e discussões por várias vezes públicas com ídolos descontentes.

Agora, na era Paulo Wanderley, os verdadeiros protagonistas dos Jogos Olímpicos parecem abraçar a ideia da gestão que se diz baseada no tripé austeridade/meritocracia/transparência.

“O COB é do Brasil. É dos brasileiros”, disse o presidente da entidade na abertura do evento.

O caminho se mostra completamente diferente. E daqui pouco mais de 700 dias, quando começarem os Jogos Olímpicos de Tóquio, é que vai dar para saber se realmente foi o correto.

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