Após toda polêmica levantada na última votação, que aconteceu no dia 22 de novembro, o Comitê Olímpico do Brasil e as confederações cederam à pressão dos últimos dias e abriram um maior espaço para os atletas na assembleia da entidade. Agora, eles formarão 12 nomes, o que reunirá um terço dos votos.
A nova reunião, que determinou a participação dos atletas, ocorreu de forma bem mais tranquila na quarta-feira (06). Dessa vez, os dirigentes presentes acataram a entrada dos 12 membros de forma unânime. E, em comunicado à imprensa, o presidente do COB tentou passar uma imagem mais harmoniosa do novo momento da entidade.
“Mostramos hoje que o COB está em perfeita união, votando pela maior participação dos atletas por unanimidade. Estamos todos unidos em prol do esporte olímpico brasileiro”, afirmou Paulo Wanderley, que hoje comanda o COB.
Os 12 nomes da comissão de atletas já foram definidos. Eduarda Amorim (handebol), Beatriz Futuro (rugby), Emanuel Rego (vôlei de praia), Fabiana Murer (atletismo), Yane Marques (pentatlo moderno), Tiago Camilo (judô), Poliana Okimoto (maratona aquática), Arthur Zanetti (ginástica artística), Thiago Pereira (natação), Fabiano Peçanha (atletismo), Emerson Duarte (tiro esportivo) e Bruno Mendonça (hóquei sobre grama) farão parte da assembleia.
A escolha dos nomes foi um dos motivos que presidentes de algumas confederações foram contra a entrada dos atletas. A eleição dos esportistas teve pouca participação, o que rendeu poucos votos aos atletas selecionados. Eduarda Amorim, por exemplo, entrou para o grupo com apenas quatro votos.
Na reunião do último dia 22, metade das confederações decidiram pela restrição ao grupo de atletas. O voto que daria vantagem a eles foi dado pela confederação de rúgbi, mas como o presidente da entidade, Eduardo Mufarej, teve que sair do encontro antes do encerramento, sua colocação foi desconsiderada, o que gerou toda a polêmica dos dias seguintes.
Com o novo estatuto, Paulo Wanderley encerra o ano com seu primeiro objetivo cumprido. O dirigente assumiu o COB após o ex-presidente da entidade, Carlos Arthur Nuzman, ser preso e ter renunciado ao cargo. O novo estatuto do comitê prevê, além da maior participação dos atletas, uma série de regras de gestão, que envolvem limite de mandatos e até a criação de um Conselho de Ética, que deverá supervisionar a administração do órgão.