Com imagem abalada, astros da MLB deixam marketing

Sem prestígio público, astros como A-Rod têm retorno publicitário ruim - Crédito AP Photo

Sem prestígio público, astros como A-Rod têm retorno publicitário ruim – Crédito AP Photo

Em mais de 109 anos de liga, a Major League Baseball (MLB) criou diversos mitos e lendas, atletas que se consagraram como “sobrenaturais”, como heróis. Atualmente, parece que essa magia se perdeu. Com a ajuda de polêmicas, esteroides e salários astronômicos, os atuais destaques do esporte do bastão já não são os heróis da torcida. E esse é um dos motivos pelos quais os astros da MLB não são astros da publicidade.

Entre os dez atletas mais bem pagos da MLB, o valor total em salários chega a US$ 237 milhões, enquanto o valor ganho em contratos publicitários e patrocínios pessoais é de apenas US$ 14 milhões. Alex Rodriguez, jogador mais bem pago da liga, arrecade US$ 29 milhões anuais em salários e apenas US$ 500 mil em publicidade.

O próprio Rodriguez é o melhor exemplo de astro sem credibilidade. Eleito três vezes o jogador mais valioso (MVP, em inglês) da liga em um período de apenas cinco anos, o atleta dos New York Yankees assinou em 2007 um contrato de dez anos com a equipe no valor de US$ 275 milhões, o maior da história de qualquer esporte.

Desde então, Rodriguez teve seu nome envolvido em mais de um esc”ndalo e não só relacionados ao desempenho em campo. Casos com prostitutas e até um suposto affair extra-matrimonial com a pop star Madonna se somam à confissão do uso de esteroides entre 2001 e 2003.

Com isso, A-Rod, como é chamado, perdeu sua credibilidade com o público.  Desde então, empresas como Nike, Pepsi e Rawlings decidiram retirar seus aportes ao jogador e os torcedores do Yankees já não o veem como o ídolo de antes.

Os esc”ndalos tiveram maior impacto porque seus protagonistas são alguns dos maiores astros da modalidade. Não só Rodriguez, melhor da atualidade, mas também outros ídolos, como Barry Bonds, recordista de home-runs de todos os tempos, também foram desmascarados por doping.

A exceção desse fenômeno é Derek Jeter, companheiro de Rodriguez nos Yankees e número dois na lista dos que mais arrecadam. Com um contrato “humilde” se comparado aos de outros jogadores de seu nível, Jeter tem uma excelente reputação dentro e fora dos campos, e conta com o apoio de marcas como Nike, Gatorade, Ford e Visa. Com um salário de US$ 17 milhões anuais, Jeter chega à segunda posição do ranking de mais bem pagos graças aos mais de US$ 9 milhões que arrecada com contratos pessoais.

De todo modo, Jeter é ainda um dos poucos com um resquício de magia. Se desde o pioneiro Babe Ruth, que deu nome até à barras de chocolate, os atletas de beisebol eram considerados ídolos, hoje eles não tem lugar na publicidade. Hoje, os expoentes do bate ficaram com a reputação manchada: continuam sendo astros, mas já não são ídolos. E, portanto, não são vendáveis. Veremos, com o decorrer da temporada 2013, que começa nesta segunda, se ainda há lugar para a redenção dos antigos heróis 

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