O empate por 1 a 1 entre Vasco e Figueirense, embora tenha rendido apenas um ponto para cada uma das equipes, foi o menor detalhe do sábado vascaíno. Em dia de apresentação de Juninho Pernambucano, logo após a conquista da Copa Kia do Brasil, o clube carioca conseguiu a melhor bilheteria da temporada no estádio São Januário.
Em função da volta do ídolo à equipe cruzmaltina e da conquista do troféu, confirmada na última quarta-feira, o time levou receita bruta de R$ 533 mil com a venda de ingressos. O valor é mais do que o dobro da segunda melhor arrecadação em São Januário, de R$ 214 mil, obtida contra o Cabofriense no Estadual do Rio de Janeiro.
Como é praxe no Vasco, alta arrecadação carrega consigo altas despesas e penhora de verba para pagamento de dívidas antigas. De todo o valor arrecadado, restaram para o clube carioca apenas R$ 34 mil, enquanto outros R$ 226 mil foram deduzidos em razão de batalhas jurídicas perdidas pelo time na última década.
As despesas com o estádio também cresceram subitamente de uma rodada do Campeonato Brasileiro para outra. Duas semanas antes do jogo contra o Figueirense, cujo duelo demandou R$ 271 mil em gastos, o Vasco havia enfrentado o América-MG em São Januário e gastado R$ 84 mil com despesas e taxas, mais de três vezes menos.
A “despesa operacional” gerada pela arena, como é denominada nos boletins financeiros fornecidos pela CBF, subiu de R$ 10 mil para 60 mil. A confecção dos ingressos feita pela Outplan, em outro caso, cresceu de R$ 5,1 mil para 39,7 mil. Há, por fim, R$ 86 mil em “ingressos promocionais”, despesa inexistente duas semanas antes.
O aumento desses números é explicado, em partes, pelo público de 17.777 torcedores presente na volta de Juninho ao Vasco, enquanto houve 4.495 pagantes no confronto com o América-MG. Curiosamente, contudo, o estádio recebeu 17.081 fãs em 9 de abril, na partida contra o Cabofriense, e gastou “somente” R$ 121 mil na ocasião.