Uma boa gestão de crise pode amenizar os prejuízos a qualquer marca. E, em um mundo em que as informações correm cada vez mais rápidas, a agilidade no processo é essencial para o plano triunfar. Raro no esporte brasileiro, a CBF seguiu a linha de estratégias que podem fazer com que um mau momento não fique instaurado entre público e mídia.
Presidente da CBF, Marco Polo Del Nero saiu imediatamente da Suíça, onde seu vice, José Maria Marin, foi preso em meio a um congresso da Fifa. Seu destino foi o Brasil, onde o dirigentes rapidamente marcou um coletiva de imprensa.
Para se apresentar à plateia de jornalistas, a CBF retirou da bancada todos os patrocinadores da entidade. No momento de absoluta fragilidade, as marcas que apoiam a confederação foram poupadas da exposição nada bem vista. Por 30 minutos, Del Nero respondeu às perguntas sem perder o tom solene mesmo nas questões mais delicadas.
Todo o evento foi promovido nas redes sociais. No site da entidade, houve transmissão ao vivo, em streaming, para quem quisesse acompanhar. A gravação permanece disponível aos internautas.
Para a consultora em comunicação Carolina Terra, a gestão de crise passa, primeiramente, pela avaliação do cenário, entre posição de público e imprensa. “Acho que a CBF entendeu o tamanho do problema e que ela precisava de uma figura forte como Del Nero para responder ao público”, ponderou, considerando a recusa da entidade em se pronunciar por meio de um comunicado apenas.
Com a imagem arranhada e desgastada frente à opinião pública, o desafio da CBF será, agora, manter um planejamento que conte com uma comunicação constante. “Primeiro tem que avaliar o que as pessoas pensam sobre a CBF. O plano de recuperação deve passar por uma divulgação mais transparente, mas pública das ações”, finalizou Terra.