Ninguém duvida que Ronaldinho Gaúcho é o principal chamariz do Querétaro, sexto colocado no Campeonato Mexicano. Desde que o brasileiro, eleito o melhor do mundo pela Fifa nas temporadas 2004 e 2005, acertou transferência para o país, o clube procura explorar ao máximo a imagem do jogador.
A camisa 49, usada por Ronaldinho, é o principal chamariz para os torcedores. O site do Querétaro estampa várias fotos do craque, incluindo uma em que aparece com o peito tatuado em azul e preto, as cores do clube. A chegada ao Querétaro, porém, ainda não atraiu nenhum novo apoio ao time mexicano.
“No futebol, conseguir patrocinadores é complicado. Se vendemos um espaço por 5 pesos, e o América também cobra 5 pesos, os patrocinadores dizem: eles têm o Ronaldinho, mas o América é uma equipe nacional”, compara Sergio López Vital, diretor comercial do Querétaro.
“Cada patrocinador manda a sua proposta e vamos estudar todas. Mas até agora não recebemos nenhuma”, lamenta o executivo.
O descaso das empresas mexicanas com o Querétaro só reflete o contínuo declínio da marca Ronaldinho Gaúcho. O auge do brasileiro aconteceu no período em que defendeu o Barcelona, de 2003 a 2008.
A Nike, uma de suas patrocinadoras, lançou, em 2006, a linha R10, inspirada nas jogadas acrobáticas do craque. No ano seguinte, o valor de mercado de Ronaldinho chegou a 80 milhões de euros (R$ 245 milhões), um aumento de quase 70% em relação à temporada anterior. Na época, ele liderava o ranking dos jogadores de futebol com mais receitas publicitárias, superando gigantes do setor na época, como o inglês David Beckham e o francês Zinedine Zidane.
Em 2008, porém, Pep Guardiola assumiu o comando do Barcelona e pediu a negociação do jogador. O treinador queria investir em um novo talento, garimpado em La Masia, centro de treinamento das categorias de base do clube, o argentino Lionel Messi. Na avaliação de Guardiola, as noitadas de Ronaldinho poderiam ser uma má influência para o jovem. E Messi jamais atingiria o protagonismo na equipe enquanto o brasileiro estivesse no elenco.
Apesar de se transferir para o Milan, outro clube badalado no cenário europeu, Ronaldinho viu vários patrocinadores o abandonarem. Seu valor de mercado caiu 56%, passando para cerca de R$ 107 milhões.
O polêmico leilão promovido pelo irmão e agente, Assis, entre Flamengo, Palmeiras e Grêmio, e o retorno ao Brasil, fizeram os ganhos do craque caírem ainda mais. Mesmo optando pelo clube carioca, de maior torcida, o valor de Ronaldinho sofreu novo decréscimo, para R$ 84 milhões.
Em 2012, após crise com o clube por causa de atraso no pagamento de direitos de imagem, Ronaldinho rescindiu contrato com o Flamengo e se transferiu para o Atlético-MG. Em uma das primeiras coletivas de imprensa em que participou na Cidade do Galo, Ronaldinho apareceu com uma lata de Pepsi. Tal ato fez a Coca-Cola, com quem tinha um de seus principais contratos, de R$ 1,5 milhão por ano, rompeu seu compromisso com o jogador. Mais um duro revés.