Com saída da Caixa, futebol vê salto de patrocínios em 2019

A saída da Caixa Econômica Federal do patrocínio do futebol, no início do ano, fez com que a Série A do Brasileirão vivenciasse um cenário diferente dos últimos anos, com a entrada de mais marcas no mercado.

Segundo o estudo “Marcas no futebol brasileiro”, divulgado pelo Ibope Repucom, o ano de 2019 teve um total de 144 marcas diferentes expostas nos uniformes dos 20 times que disputaram a Série A. O número representa um aumento de quase 30% em relação ao total de 111 marcas patrocinadoras no ano anterior.

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De acordo com o levantamento, foram dois segmentos que “estouraram” em aparições. O primeiro foi o financeiro, com os bancos digitais ocupando o espaço deixado pela Caixa. Já o segundo foi o das marcas de apostas, que puderam entrar nos clubes com a aprovação da lei que permitiu a volta dos jogos de azar ao Brasil.

Corinthians (BMG) e São Paulo (Banco Inter) são dois dos clubes da Série A que possuem bancos digitais como patrocinadores principais (Foto: Reprodução)

“O vácuo gerado pela saída da Caixa acabou cedendo espaço para novos entrantes, como os bancos digitais, sites de apostas e novas marcas que aproveitaram o mercado comprador. Em paralelo, novos modelos de parceria de patrocínio foram desenvolvidos, como os (cada vez mais comuns) acordos de patrocínios atrelados à venda, onde o clube recebe uma parte fixa e outra variável, com base em metas de conversão”, afirmou José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom.

O salto das empresas do segmento financeiro foi o mais notável. Elas eram a quinta em aparição no levantamento feito pelo Ibope Repucom em 2017. No ano passado, já estavam em segundo lugar. Agora, foram as marcas que mais lideraram em aparição e, naturalmente, em investimento, já que a maior parte ocupou o espaço máster nas camisas. Ao todo, 23 marcas do segmento estiveram nos clubes.

O estudo também apontou que o número de patrocínios pontuais estagnou em 2019. Se, em 2018, foram 40 aportes do tipo ao longo da temporada, neste ano o número ficou estável, com 38 marcas em relação pontual. O número mostra uma espécie de consolidação desse mercado, já que com a saída repentina da Caixa, muitos clubes ficaram boa parte da temporada sem um patrocínio máster.

Seguindo a política de redução do aporte estatal no futebol adotado pelo governo, o futebol acabou tendo apenas um patrocinador de entes públicos na temporada. Foi o banco Banrisul, que há quase 20 anos patrocina Grêmio e Internacional. Já a Unimed foi a empresa que “substituiu” a Caixa em frequência. Foram dez times com alguma relação comercial com a marca, que regionaliza a verba de patrocínio.

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