Faz algum tempo que a Puma, segunda maior fabricante de materiais esportivos da Europa, perdeu espaço para Nike e Adidas. Basta contar o número de seleções e clubes patrocinados por cada uma das marcas ou comparar as receitas dos três grupos para ver que, embora tenham uma rica história no esporte, os alemães ficaram para trás dos concorrentes. Esta história pode mudar em breve. É o que promete Björn Gulden, CEO que foi contratado em 2013 para virar o jogo.
Gulden foi nomeado CEO da Puma em abril e assumiu o cargo em julho, no lugar de Franz Koch, que deixou a empresa em março depois de ficar no comando por dois anos. A reestruturação que o novo chefão iniciou em 2013 foi profunda. A fábrica que a empresa tinha no Vietnã foi fechada. Os principais executivos, antes em Londres, foram transferidos para a Alemanha. Essas mudanças custaram 129 milhões de euros de uma vez só e afetaram o balanço do grupo.
Em 2013, a Puma registrou 2,985 bilhões de euros em vendas, 8,7% menos do que os 3,270 bilhões de euros arrecadados um ano antes. Diante de todos os gastos a mais, gerados pelas mudanças estruturais que Gulden está fazendo no grupo, o lucro foi de 5,3 milhões de euros no ano passado, 92,4% menos do que os 70,2 milhões de euros de receita líquida em 2012. As quedas bruscas são naturais em meio a uma reestruturação desta magnitude. “Não é uma mudança rápida, mas 2014 vai marcar o início da virada”, garantiu Gulden em comunicado oficial divulgado nesta quinta-feira (20).
A fabricante também vai reposicionar a marca no mercado. A ideia é que a Puma seja lembrada como a “mais rápida”, um conceito que se beneficia bastante do principal ativo da empresa, o jamaicano Usain Bolt. Um novo site global, que vai unificar as páginas locais da Puma em vários países, também está nos planos de Gulden para 2014.
Fato é que a chegada do novo CEO já deu alguns resultados imediatos. Recentemente, a Puma conseguiu tomar o lugar da Nike como fornecedora do Arsenal, um contrato que é o maior da história tanto para a fornecedora de materiais esportivos quanto para o clube inglês. No Brasil, a marca fechou com o Atlético-MG, atual campeão da Copa Libertadores, e já tinha o Botafogo entre seus patrocinados. Na Copa do Mundo, a Puma veste as seleções de Itália, Uruguai, Chile e Suíça. As camisas dessas seleções vão para as lojas em março, avisou Gulden.