Em meio aos escândalos de corrupção no futebol mundial, a Copa América do Centenário pode não acontecer. A revelação foi feita pelo secretário-geral da Conmebol, José Luis Meiszner, em entrevista à Rádio América, de Buenos Aires.
“Temos que colocar uma extraordinária interrogação sobre a possibilidade de jogar essa Copa. Hoje o presidente de uma das confederações está detido, hoje as empresas detentoras de direitos têm seus fundos bloqueados… ninguém seriamente pode dizer que as coisas no futuro vão ser como estão previstas”, afirmou o dirigente.
A edição de 2016, comemorativa aos cem anos do torneio, será sediada pelos Estados Unidos, justamente o país que deflagrou a crise ao prender sete dirigentes do alto escalão do futebol mundial, entre eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.
A Conmebol e a Concacaf são os epicentros da crise. A confederação sul-americana foi acusada pelo Departamento de Justiça dos EUA de suborno em negociações para concessão de direitos comerciais em diversas edições da Copa América, incluindo a que será realizada no Chile a partir de 11 de junho, e a do Centenário, em 2016.
Na noite da última segunda-feira, o escândalo teve dois novos capítulos na Suíça e no Brasil. Jerôme Valcke, secretário-geral da Fifa, teve seu nome envolvido em compra de votos para a eleição da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, segundo revelou o jornal “The New York Times”. Aqui, a Polícia Federal indiciou Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, por lavagem de dinheiro, evasão fiscal, falsidade ideológica e falsificação de documento público.
De acordo com a “Revita Época”, Teixeira é suspeito de participar de um esquema de internacional de pagamento de propinas que movimentou R$ 464,5 milhões no período em que esteve no comando da organização da Copa do Mundo no Brasil.