O futuro do Morro da Viúva, prédio pertencente ao Flamengo, segue indefinido. Após a EBX, empresa de Eike Batista, negociar com a diretoria do clube rubro-negro a concessão do local, o conselho fiscal avaliou o contrato entre as partes como “mal construído” e o reprovou.
O órgão interno avaliou que determinadas exigências de teor jurídico feitas pela companhia não poderiam ser devidamente cumpridas pelo clube. “A ideia é boa, mas a construção do pacto jurídico está mal feita”, afirma Leonardo Ribeiro, presidente do conselho fiscal.
Ainda há rejeição a questões financeiras. Pela concessão de 25 anos do prédio, com possibilidade de renovação por mais 25 anos, a EBX está disposta a ceder 1,5% do faturamento da dependência, que seria transformada em apart-hotel, após os dois primeiros anos de parceria.
Mas o conselho fiscal recomendou à diretoria flamenguista que seja exigida, além do percentual sobre as receitas, renda mínima mensal. O intuito é que o clube receba uma verba fixa todos os meses, além dos royalties, independentemente do desempenho do negócio.
“Devolvemos o contrato com recomendações. Se elas forem atendidas, ele poderá voltar diretamente ao conselho deliberativo, sem passar por nós, para ser votado. Se forem atendidas parcialmente, terão de voltar ao fiscal”, explica Ribeiro a respeito dos tr”mites futuros.
A concessão do Morro da Viúva à empresa de Eike Batista, interessado nela em função dos Jogos Olímpicos de 2016, deve render em torno de R$ 31 milhões ao Flamengo. A EBX pagaria R$ 18 milhões, e a prefeitura municipal perdoaria dívida de R$ 13 milhões.
O clube ainda se beneficiaria com o uso de dois andares inteiros para concentração de atletas e comissão técnica, outra contrapartida incluída no contrato. O conselho diretor, entretanto, terá de renegociá-lo com o bilionário, ou não conseguirá dar continuidade ao projeto.