Copa aumentará “peso” de infraestrutura, diz economista

Novo terminal de Cumbica: aeroportos terão R$ 6,2 bi de investimentos

Novo terminal de Cumbica: aeroportos terão R$ 6,2 bi de investimentos

A maior porcentagem de investimento em infraestrutura, comparado ao valor do Produto Interno Bruto (PIB), é o maior legado da Copa do Mundo no Brasil. A afirmação foi feita pelo economista chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, que aposta em uma preocupação mais acentuada do Estado brasileiro na área nos próximos anos.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente o Brasil investe cerca de 2% do seu PIB em infraestrutura. Segundo o economista, países em desenvolvimento, como a China, chegam a investir mais do que o dobro dessa porcentagem.

Para o economista, a recolocação de investimentos em infraestrutura é um posicionamento natural de quem espera crescer mais nos próximos anos. “Hoje, não é questão de gastarmos muito, mas gastarmos mal. Se os investimentos fossem mais bem planejados, podíamos crescer 6% e não 4%”, afirmou Goldfajn.

Pelas estimativas do Itaú, a Copa do Mundo irá provocar um crescimento de 1,5% do PIB nos próximos três anos, o que representa uma ordem de R$ 60 bilhões. Na conta do banco, a cada R$ 1,00 investido, o país terá retorno de R$ 1,50.

O grosso do investimento brasileiro está na infraestrutura do país. Os transportes representam a área que receberá o maior volume de dinheiro nos próximos anos, em um total de R$ 12,7 bilhões. Seguem na lista os estádios, com R$ 6,2 bilhões, aeroportos, com R$ 5,3 bilhões, e telecomunicações, com R$ 4,2 bilhões. No total, o investimento chega a R$ 36,5 bilhões.

Ilan Goldfajn também reforçou a import”ncia do “efeito imagem” com a Copa do Mundo, mesmo que o fator seja menos mensurável do que os ganhos com a economia. Sobre a força da imagem de um país que sedia a Copa do Mundo, o economista brincou com a África do Sul. “Depois de 2010, até no Bric eles entraram”, comentou sobre o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China ter adicionado nação africana, tornando-se Brics.

Por outro lado, o Ilan Goldfajn desprezou a possibilidade de atrasos na reforma de infraestrutura causarem um efeito inverso na imagem do país. “No fim, os países sempre conseguem fazer a Copa do Mundo. Com a África do Sul, a desconfiança era a mesma”, ponderou.

O economista fez a palestra em evento realizado pelo Itaú, patrocinador da Copa do Mundo e da seleção brasileira. A intenção do encontro era reunir empresários de pequenas e médias empresas para discutir as oportunidades criadas com os megaeventos esportivos que serão realizados no Brasil nos próximos anos.

Sair da versão mobile