Audiência da Copa do Mundo na TV aberta aumenta de 2010 para 2014

Ter a Copa do Mundo no Brasil mudou o comportamento do brasileiro no que diz respeito à TV. De 2010 para 2014, caiu a audiência dos jogos da seleção brasileira, o que não quer dizer que tenham também recuado as demais partidas. Pelo contrário. Globo e Bandeirantes registram aumentos de 29% e 18%, respectivamente, no Ibope.

Nesta edição, os primeiros 32 jogos, as duas primeiras rodadas da fase de grupos, tiveram uma média de 19,9 milhões de telespectadores ligados na Globo no país inteiro por partida e 2,6 milhões na Bandeirantes. Quatro anos atrás, a Globo fechou com 15,4 milhões, e a Band, 2,2 milhões. A primeira fase ainda está sendo calculada.

Com a seleção em campo, o Ibope caiu de um torneio para outro. A Band havia marcado uma média de 5,4 milhões de telespectadores com a estreia do Brasil em 2010, contra a Coreia do Norte, e recuou para 4,5 milhões no Brasil x Croácia que abriu a Copa de 2014. Os 5,4 milhões que viram Brasil x Costa do Marfim em 2010 também foram maiores do que os 4,4 milhões que assistiram a Brasil x México em 2014.

A Copa sediada no próprio país aumentou a quantidade de brasileiros que vai a fan fests, bares e reuniões familiares para fazer festa e assistir à seleção. Aglomerações reduzem o número de TVs ligadas. Era previsível. Por outro lado, o fato de a competição acontecer em casa elevou o interesse do brasileiro por jogos de outras seleções.

Globo e Band agradecem.

Opinião (Rodrigo Capelo, editor da Máquina do Esporte): Muita cautela com dados do Ibope
Não sei se por gosto em atacar a Globo ou por pressão para conseguir cliques com manchetes mais chamativas, parte da imprensa brasileira peca na interpretação dos dados sobre audiência da Copa. Deixa a impressão equivocada de que menos brasileiros a veem.

Comparações com 2006 são perigosas. A estreia do Brasil contra a Croácia oito anos atrás deu 66 pontos para a Globo em São Paulo. Em 2014, 38 pontos. Crise na família Marinho? Vá com calma. Naquela Copa, a emissora não dividia a transmissão com a Band, e o universo considerado pelo Ibope era menor (um ponto valia menos indivíduos).

O aumento de 29% na média de telespectadores (em milhões de pessoas) no Brasil inteiro em relação a 2010, sim, anima a Globo. Basta buscar dados da Anatel. Em junho de 2010, havia 8,4 milhões de assinaturas à televisão paga. Em abril de 2014, 18,5 milhões. Mesmo com 10 milhões de domicílios a mais com TV fechada, sem contar o também crescente acesso à internet, a audiência na aberta cresceu de uma Copa para outra. A emissora festeja.

Audiência não é só ponto. Considere share (participação sobre total de TVs ligadas no horário), universo (quantos indivíduos e domicílios vale um ponto), e dê um passo para trás toda vez que comparar médias para enxergar o contexto. A cautela ao tirar conclusões sobre o que o brasileiro vê pela TV pode lhe salvar de decisões errôneas em sua empresa.

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