No fim deste ano, Alexandre Kalil deixará a presidência do Atlético Mineiro e, com o título da Copa Sadia do Brasil, poderá se orgulhar de ter sido o presidente mais vencedor da história do clube. Ao menos em campo, quase tudo deu certo para o dirigente.
Ao assumir o cargo, em 2008, Kalil entrou na contramão de movimentos crescentes no futebol brasileiro. Chegou, por exemplo, a dissolver o departamento de marketing do clube, alegando que “marketing era coisa de vigarista”. Segundo o dirigente, a área dava prejuízo de R$ 4 milhões ao ano.
Kalil foi também um dos últimos a resistir o fim do Clube dos 13, em 2011, quando a maior parte dos clubes se rebelou contra a organização para permanecer em parceria com a Globo. O dirigente argumenta que os novos contratos dão excessivas vantagens a Corinthians e Flamengo
A falta de filtro em entrevistas e em redes sociais o levou a episódios ridículos. Neste ano, Kalil chegou até a anunciar a contratação do atacante Anelka, que nunca pisou na Cidade do Galo. Neste fim de mandato, comprou briga com o Cruzeiro pelos ingressos de visitantes; primeira partida aconteceu com torcida única.
Se em campo houve sucesso, é difícil apontar um grande mérito fora dele. Em 2013, por exemplo, mesmo com o título da Libertadores, o futebol do clube faturou menos do que o Cruzeiro, desconsiderando venda de jogador. Nos programas de sócio-torcedor, o rival conta com o dobro de associados. No próximo ano, o time estará sem o aporte da BMG, que acompanhou a equipe nos últimos cinco anos. Será mais um desafio para o próximo presidente do campeão da Copa do Brasil.