A Davide Campari-Milano, fabricante de bebidas alcoólicas italiana, adquiriu na última quinta-feira (4) a Sagatiba, marca de cachaças brasileira. O negócio, avaliado em US$ 26 milhões, foi em parte incentivado pela realização da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016.
“O mundo estará de olho no Brasil nos próximos anos”, disse Bob Kunze-Concewitz, presidente da companhia italiana, ao jornal “O Estado de S. Paulo”. “A atenção sobre o país será muito grande, e o que nós queremos é aproveitar a ocasião para levar um pouco do estilo de vida brasileiro para o resto do mundo. Vamos reviver o interesse pela cachaça”.
A lógica é: por muito tempo, empresas do ramo de bebidas tentaram trazer para o Brasil o estilo de vida de europeus e norte-americanos, sobretudo com marcas como Campari e Dreher, ambas pertencente ao grupo que comprou a Sagatiba. Agora, com a chegada da Copa, bem como dos Jogos Olímpicos, a intenção é inverter essa ordem.
“Hoje, um terço das vendas da Sagatiba já ocorre fora do Brasil”, completou Kunze-Concewitz. “Essa é uma proporção importante das vendas e acreditamos que podemos reforçar ainda mais essa tendência”.
A cachaça, atualmente, representa 55% do consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, mercado que vem se expandindo nos últimos anos em função do crescimento demográfico acelerado. A Sagatiba, desde que Marcos de Moraes a fundou, tem tentado se posicionar como marca premium desse mercado.
Em razão dessa estratégia, a maior parte da verba gasta pelo antigo dono na empresa era direcionada para área de marketing, para a construção da marca, em vez de aperfeiçoar a bebida em si. O empresário queria valorizar a empresa para vendê-la, e os megaeventos esportivos apareceram para concluir esse processo.