Ao contrário dos 97% de ingressos vendidos, percentual divulgado pelo comitê organizador local (COL) antes de a Copa do Mundo começar, apenas 91,97% das arquibancadas foram preenchidas na primeira rodada da competição. Na segunda etapa da fase de grupos, esse número foi ainda menor: 91%, valor que já começou a preocupar os organizadores.
A principal dúvida na África do Sul é o motivo de tantos espaços vazios nos estádios. Houve quase 15 mil lugares desocupados no confronto entre Eslováquia e Paraguai, disputado em Bloemfontein, e outras sete mil lacunas em Port Elizabeth durante Chile x Suíça.
“A contagem oficial diz que 97,5% dos tíquetes foram vendidos. Portanto, não posso dizer por que há espaços vazios nos estádios. Talvez os compradores dos ingressos tenham desistido de ir. Além disso, você tem de entender que os estádios são muito grandes e que é difícil de preenchê-los”, Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), ao jornal local “The Star”.
Como na primeira rodada, os setores com maior quantidade de espaços vazios nos estádios da Copa do Mundo foram os camarotes. Esses locais só tiveram público em partidas que se aproximaram da lotação total (não houve venda de toda a carga em nenhuma partida da segunda rodada).
O mais curioso é que os vazios nos estádios são ainda maiores do que as estatísticas oficiais. No jogo entre Brasil e Costa do Marfim, por exemplo, a Fifa informou que vendeu 84.455 dos 84.490 lugares do estádio Soccer City. Visualmente, porém, era possível contar mais do que 35 assentos vazios em qualquer um dos setores da arena.
Enquanto isso, cambistas continuam trabalhando livremente no país da Copa. Há profissionais vendendo ingressos no perímetro de estádios, nas cercanias de postos oficiais de comercialização e até por telefone. Eles têm bilhetes disponíveis para todas as partidas da competição, e o ágio varia de acordo com a import”ncia.
Os dois assuntos são ainda mais preocupantes em função do andamento do torneio. O trabalho de cambistas deve se intensificar nas fases mais agudas da competição, enquanto a média de público nos estádios é ameaçada pela eliminação da África do Sul e de outros países africanos – a única seleção do continente com passagem assegurada para a fase seguinte é Gana.
Nesta quarta-feira, a Fifa anunciou a liberação de cinco mil ingressos que estavam reservados às torcidas de África do Sul e França, times eliminados na primeira fase. A entidade venderá quatro mil entradas a mais para o confronto entre Uruguai e Coreia do Sul, marcado para sábado, e outros mil para Argentina x México, que acontecerá no domingo.