Copa terá predomínio inédito de Adidas e Nike

Há 20 anos que Adidas e Nike brigam a cada Copa do Mundo pelo domínio na mente dos consumidores. E, após cinco Mundiais em que a gigante americana está presente, pela primeira vez as duas marcas terão predomínio sobre todos os concorrentes na Rússia.

As duas empresas vão vestir 22 das 32 seleções que vão disputar o Mundial, algo que nunca havia acontecido antes. A marca alemã terá 12 times. Já os americanos respondem por dez seleções patrocinadas na competição.

O predomínio se justifica por alguns fatores. O primeiro deles é a queda de rendimento de seleções apoiadas pela Puma. Itália, Costa do Marfim e Gana, que estiveram nos últimos Mundiais, foram surpreendentemente eliminadas ainda na fase de classificação à Rússia.

Outro fator é o próprio crescimento do apetite das duas principais fabricantes de material esportivo por seleções menos tradicionais, que na década passada eram deixadas de lado na estratégia. A Adidas, por exemplo, conta com Bélgica, Egito, Irã e Marrocos. Já a Nike veste equipes como a Arábia Saudita, que regressou ao Mundial após 12 anos sem participar da competição.

A Copa da Rússia marca ainda a saída de cena da Puma, que em 2006 chegou a ser a empresa com mais seleções patrocinadas no Mundial (eram 12 equipes, entre elas a campeã Itália). A marca de origem alemã retirou nos últimos anos o fôlego do investimento em futebol, apostando mais em lifestyle ligado a esporte. Assim, só vestirá Suíça e Uruguai. A grande aposta, que era a seleção italiana, acabou se tornando a maior decepção.

Curiosamente, porém, o Mundial russo é o que terá, desde 2002, a maior quantidade de empresas na camisa dos times. Duas situações levaram a isso. Uma, ligada ao esporte, é a chegada de times novatos, como a Islândia, e a queda de times tradicionais, como Itália e Holanda. E, o outro fator, mais ligado ao mercado, é a própria entrada de novas marcas no cenário mundial, como a New Balance, que vestirá Panamá e Costa Rica.

Ao todo, serão nove marcas distintas vestindo os uniformes das 32 seleções. No Brasil, em 2014, eram 8 marcas. Em 2010, na África do Sul, e em 2006, na Alemanha, foram sete diferentes patrocinadores. Em 2002, foram 12 diferentes empresas. O torneio disputado na Coreia e no Japão tinham várias seleções menos tradicionais, e o apetite das marcas por seleções médias ainda era menor, o que abria espaço para fornecedores locais. Além disso, naquela época, a rivalidade entre Adidas e Nike ficava mais restrita às chuteiras e astros como Beckham e Ronaldo.

Sair da versão mobile