Grêmio e Internacional foram sondados pela 99 Táxis para fazer parte da ofensiva da empresa no futebol. A negociação, contudo, esbarrou no logo do aplicativo para táxis. Na cor amarela, a marca fere a tradição dos clubes gaúchos de não estamparem em suas camisas nenhum tom diferente aos dos escudos.
A 99 Táxis, a exemplo do que faz com Cruzeiro, Corinthians, Botafogo e Sport, só fecharia o contrato se pudesse usar o logotipo original, o que não foi aceito pela dupla Gre-Nal. O fator estético, aliado à proposta financeira considerada insuficiente pelos clubes, brecou o acerto.
“A camisa é um patrimônio, um produto do clube. Nós temos como tradição preservar a limpeza do uniforme, não colocar marcas demais, nem utilizar cores que entrem em conflito com a nossa identidade”, afirmou Beto Carvalho, executivo de marketing gremista, à Máquina do Esporte.
Como exemplo, ele citou o contrato firmado com a Coca-Cola em que a multinacional trocou o tradicional vermelho de sua marca pelo branco e preto na camisa do Grêmio. Foram oito anos de parceria.
Os rivais de Porto Alegre renovaram recentemente a cota máster com o Banrisul por valores inferiores aos do acordo anterior, mas com a liberação das omoplatas para futuros patrocinadores.
“Será a única propriedade disponível em nosso uniforme. Não podemos poluir nossa camisa”, completou Carvalho.
O posicionamento de Grêmio e Inter vai contra a corrente do mercado do futebol brasileiro. No caso mais icônico desta temporada, o Santos – para tentar aliviar sua grave crise financeira – tem jogado com dez marcas em média a cada partida, descaracterizando o seu fardamento. Os inúmeros acordos pontuais fechados nos últimos meses têm causado desconforto em parte da torcida.
Procurada pela reportagem, a 99 Táxis não retornou a demanda até o fechamento desta matéria.