Corinthians atinge meta e exalta valor de aporte

Evento selou parceria entre Corinthians e Caixa - Crédito Divulgação

Evento selou parceria entre Corinthians e Caixa – Crédito Divulgação

Mário Gobbi estava inspirado. Em evento de apresentação da Caixa Econômica Federal como nova patrocinadora máster do Corinthians, realizado no Museu do Futebol, em São Paulo, o presidente do clube do Parque São Jorge repetiu o slogan da instituição financeira, brincou com jornalistas e até recitou trecho de música. Nada chamou mais atenção, porém, do que o tom de desabafo que ele usou para falar sobre o negócio e fazer agradecimentos. Depois de um hiato, a equipe paulista havia atingido o valor estabelecido como meta para a cota.

O Corinthians receberá R$ 31 milhões para ter a Caixa como patrocinadora máster até o fim de 2013 (R$ 1 milhão ainda neste ano e 12 parcelas mensais de R$ 2,5 milhões na próxima temporada). A empresa ocupará apenas peito e costas do uniforme alvinegro – o clube tem Fisk na barra da camisa, TIM no interior do número e Nike como fornecedora de material esportivo, e ainda tenta vender espaços nas mangas e nos ombros.

A Máquina do Esporte teve acesso a proposta que o Corinthians levou ao mercado no primeiro semestre de 2012. O clube pedia R$ 30 milhões anuais fixos pela cota máster, R$ 8 milhões pelos ombros e R$ 15 milhões pelas mangas. Todas as propriedades eram da Hypermarcas, cujo contrato com a equipe paulista acabou no fim de abril.

A Hypermarcas tomou a decisão de não seguir no Corinthians ainda em 2011. Por isso, a cúpula alvinegra já estava no mercado havia algum tempo. O vice-presidente do clube, Luis Paulo Rosenberg, chegou a dizer que o adiantamento de cotas de televisão serviria para amenizar a ausência de um patrocinador máster nesta temporada.

O Corinthians recorreu a acordos pontuais na reta final da Copa Santander Libertadores. No Brasileiro, tentou uma malfadada parceria com a empresa Apito Promocional. O fracasso nesse negócio aumentou uma pressão interna pela ausência de um patrocinador em um dos momentos mais nobres da história da equipe, que foi campeã continental e disputará em dezembro o Mundial de clubes da Fifa.

Tudo isso criou o cenário para Mário Gobbi desabafar nesta terça-feira. “Um negócio dessa proporção não é como comprar um lanche na padaria. Não se arruma do dia para a noite. Fechamos o maior patrocínio do futebol brasileiro, e isso não se compra na esquina. Tem de trabalhar”, vociferou o mandatário.

Todo o discurso de Gobbi foi permeado por declarações similares. O presidente chegou a questionar críticas ao tempo de indefinição do patrocínio máster alvinegro: “Tem algum matemático aqui? Alguém aqui consegue dizer quanto vale a camisa do Corinthians? Eu digo que é inestimável. Vejo torcedores com camisas que exibem patrocinadores de oito anos atrás, e isso não tem preço”.

O discurso foi corroborado por Rosenberg. Publicamente, o vice-presidente geral do Corinthians sempre foi um dos maiores defensores de a equipe não fechar um contrato por menos do que havia estipulado como meta.

“Se o Corinthians não defender o valor, quem vai? Não podemos deixar os valores do clube se aproximarem de outros times com menor expressão”, disse o dirigente. “Pensamos no futebol brasileiro e somos solidários, mas o Corinthians precisa estar sempre à frente do mercado”, completou.

Sair da versão mobile