O Atlético Paranaense é dono de um dos mais modernos estádios do Brasil, o único com teto retrátil no país. Ainda assim, a cessão do equipamento para um evento fora do futebol deixará o time em uma situação inusitada: ficará no prejuízo pela falta de futebol.
A Arena da Baixada será utilizada neste mês para uma partida da Liga Mundial de Vôlei, com a seleção brasileira em quadra. Será um evento montado no gramado, para que a partida possa receber mais de 27 mil torcedores. O problema é que, no mesmo período, o Atlético enfrentará o Santos, pela Libertadores, e Conmebol se recusou a alterar a data do duelo.
A princípio, o Atlético jogaria no Couto Pereira, estádio do rival Coritiba. No entanto, na última sexta-feira, o clube publicou uma nota oficial para afirmar que não faria o aluguel. E a direção da equipe foi direta: ainda que haja uma preocupação com o gramado, a principal razão do veto foi a “vontade da maioria de seus sócios”.
Basicamente, o Atlético deixará de ganhar dinheiro graças a um evento em seu próprio estádio. O acordo com a CBV renderá ao clube um aluguel simples que, segundo a própria entidade, deverá ser facilmente coberto com a bilheteria da partida.
A bilheteria do jogo contra o Santos, por outro lado, seria alta. Contra o Flamengo pela atual Libertadores, por exemplo, o Atlético faturou R$ 1,5 milhão com 36 mil pessoas na arena, isso ainda na fase de grupos do torneio.
O problema é que a torcida do Atlético é concentrada em Curitiba. Sem o Couto Pereira e com o regulamento da Conmebol que obriga as oitavas de final acontecerem em estádio com, pelo menos, 20 mil lugares, a equipe terá que jogar longe de seus seguidores e dificilmente conseguirá o mesmo desempenho financeiro que teria com o Arena da Baixada.
A Máquina do Esporte entrou em contato com o presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, mas o dirigente se recusou a comentar o caso. No entanto, poucas horas depois o clube soltou um comunicado oficial em seu site.
O Atlético alega que existe um contrato, assinado em 2015, com o Coritiba, que ainda não respondeu. Pelo documento, as equipes se comprometem a ceder o estádio ao rival: “A ideia dos clubes era deixar os estádios disponíveis também para outros eventos que gerassem renda, sem risco de comprometer o calendário do futebol. O interesse era recíproco”.