Corte de verba põe em alerta a Copa América

No começo deste ano, a Conmebol anunciou a agência MP&Silva como detentora dos direitos comerciais da Copa América de 2019, que será disputada no Brasil. Por uma quantia não revelada, a MP&Silva é quem vai coordenar a competição. Mas isso se os chineses não estragarem os planos.

No começo do mês, a MP&Silva foi alvo do noticiário internacional especializado em negócios do esporte. As especulações eram de que a agência está próxima de fechar. A agência tem entre os donos duas companhias chinesas: a empresa de tecnologia Baofeng e a de investimento Everbright. Ambas reduziram drasticamente o aporte feito à MP&Silva, que não pagou parte do que deve pela aquisição de direitos de transmissão da Premier League inglesa na Ásia e, também, de um torneio de handebol para a Federação Europeia da modalidade.

Foto: Reprodução

Com esse cenário, quem passou a viver um momento de incerteza foi a Copa América. Pelo acordo com a Conmebol, o torneio precisa ser assegurado pela MP&Silva, mesmo que ele não consiga vender todas as propriedades comerciais. Até o momento, a equipe designada pela agência para cuidar da competição já tem abordado o mercado, com oito cotas de patrocínio a serem comercializadas. 

A princípio, segundo apurou a Máquina do Esporte, não há qualquer alteração no projeto da Copa América. A agência segue como responsável por todas as propriedades comerciais e alguns direitos de transmissão do torneio. 

O cenário deve ter uma definição ainda esta semana. Na quarta-feira (25), está programada uma reunião de toda a diretoria executiva da MP&Silva, em Londres, para discutir o futuro da empresa. A Everbright já confirmou que estará presente, segundo divulgado pela publicação especializada TV Sports Market.

A redução dos investimentos dos chineses faz parte de uma mudança de comportamento do governo da China, que é sócio dos negócios internacionais que envolvam empresas do país. Nos últimos meses, diversos ativos têm sido reavaliados e vendidos pela China. O Wanda Group, por exemplo, se desfez da parte que tinha no Atlético de Madrid. Recentemente, o megainvestidor privado Yonghong Li foi à falência, revendendo a participação que tinha no Milan.

Essa alteração brusca do cenário deve mudar também a cara do mercado das agências no mundo. Atualmente, IMG e Perform são as que mais têm se destacado na aquisição de direitos de mídia. Ambas não possuem investidores chineses.

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