Crise põe projeto do Real Madrid em xeque

O Real Madrid é o segundo colocado do Campeonato Espanhol, um ponto atrás do Barcelona. Na Liga dos Campeões da Europa, o time merengue tem os mesmos sete pontos do Milan, mas figura na vice-liderança pelos critérios de desempate. As campanhas não são ruins, mas a equipe da capital ainda não conseguiu empolgar na temporada ? sobretudo por resultados adversos, como a goleada por 4 a 0 sofrida para o desconhecido Alcorcón na Copa do Rei. Somados, os reveses e a crise financeira internacional rapidamente colocaram em xeque o projeto do presidente Florentino Pérez. Pérez assumiu o Real Madrid antes do início desta temporada e recuperou o plano usado em sua primeira passagem pelo cargo: contratações de impacto, elenco recheado de estrelas e o uso disso para majorar os contratos da equipe, que teve um incremento contundente de receita no início do século. Os problemas começam com o ritmo de vendas. A despeito de ter contratado jogadores como Kaká, Cristiano Ronaldo e Benzema, o Real Madrid tem atualmente um volume de camisas comercializadas 75% inferior ao de 2003, ano em que o clube contratou o inglês David Beckham. Outro problema é que o Real Madrid encontra dificuldade para renegociar contratos, uma das principais políticas da primeira passagem de Pérez pelo clube. O clube renovou com a Bwin, sua patrocinadora máster, com um incremento de receita. Acordos comerciais como o que a equipe mantém com a Adidas, porém, têm duração mais longa (nesse caso, até 2012). A projeção inicial de Pérez era majorar os contratos do Real Madrid até o início da próxima temporada, mas isso já está sendo considerado difícil pela própria diretoria merengue. O clube gastou US$ 360 milhões em reforços para o período 2009/2010, mas precisou fazer um empréstimo de 151,5 milhões de euros pagar em seis anos. A Liga dos Campeões da Europa também terá papel decisivo no planejamento do Real Madrid. Como a crise tem dificultado a relação do clube com patrocinadores e torcedores, a diretoria conta muito com a premiação e a exposição de uma boa campanha no torneio continental ? a equipe espanhola não passou das quartas-de-final nos últimos cinco anos. ?O ano de Beckham foi incrível. Até confeitarias colocavam o rosto dele em bolos, e nós havíamos esgotado os estoques. Atualmente, temos peças em reserva?, disse Isabel Botia, que administrou a loja do Real Madrid em Salamanca por 22 anos, em entrevista ao portal ?Bloomberg?.

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