Quando o Cruzeiro desembarcou no Acre no início deste mês, para enfrentar o Rio Branco-AC, encontrou a própria escolinha utilizando materiais com muito mais detalhes em brancos do que azuis. Esse é um entrave, na visão da cúpula celeste, na nacionalização da marca do clube e conseguir expandir as fronteiras em termos de mercado, isto é, torcedores dispostos a consumir produtos cruzeirenses.
“Nós precisamos crescer em cidades fora de Minas Gerais, e a primeira coisa que pensamos em fazer é formatar melhor as escolinhas do Cruzeiro”, prevê Marcone Barbosa, diretor de marketing da equipe. “A ideia é que haja um manual de franquia, uma padronização visual, maneiras de contar a história do clube, tocar o hino, levar o mascote, para que saibam quem somos e torçam por nós”.
A expansão das escolinhas também tem um efeito direto nas finanças da equipe, pois, sob o modelo de franquias, são pagos royalties pelo uso da marca cruzeirense. Ainda há, por outro lado, efeito positivo no crescimento da torcida como um todo, pois os garotos que jogam nesses locais são justamente aqueles que têm entre cinco e 12 anos, idade tida por Barbosa como ideal para trabalhar o time.
Não há muitas pesquisas exatas nesse sentido, mas o Cruzeiro supõe, com base em estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que tem cerca de oito milhões de torcedores, seis milhões deles somente em Minas. “Dentro do Estado nós temos uma marca consolidada, torcida, cobertura da mídia, mas fora dele ainda precisamos nos potencializar em termos de mercado”, diz.
Os efeitos dessa estratégia de se aproximar das crianças com as escolinhas, e como consequência aumentar o alcance do clube no país, serão obtidos somente em médio e longo prazos, de acordo com o diretor de marketing. “A partir do ano que vem começaremos a ter mais retorno, e também dependemos da performance do time em campo para conseguir ser bem sucedidos”, finaliza o dirigente.