“Democratizar” e tornar o esporte mais “acessível” são expressões corriqueiras para a Decathlon e, neste ano, a empresa fez questão de destacar o fato no Innovation Awards, evento que premia as melhores inovações entre as 20 marcas próprias da empresa de varejo esportivo.
A premiação em Lille, cidade onde fica a sede da Decathlon, existe desde 2005, mas foi aberta apenas em 2012 para o público. Neste ano, foi a primeira vez que estiveram presentes jornalistas brasileiros. Na plateia de uma casa de shows em Lille, mais de 3 mil funcionários lotaram a arquibancada do local.
Desde o início do evento, o presidente do grupo, Yves Claude, deixa claro: “inovação serve para os produtos terem um custo benefício extraordinário”.
Na apresentação dos produtos, a estratégia fica clara. Dos dez itens que concorriam ao prêmio, seis custavam menos de 20 euros, cerca de R$ 60. Em 2013, os produtos estavam em outro patamar. A máscara de mergulho, que venceu a disputa, custava 40 euros. Havia um smartphone de 230 euros e uma bicicleta de 300 euros.
Em conversa com jornalistas, o diretor de inovação da Decathlon, Vincent Ventenat, reforçou a ideia. “O desafio é fazer inovação e manter o preço acessível. Para nós, não adianta nada fazer uma máscara de mergulho inovadora se ela vai custar mil euros e uma convencional custa 50 euros”, afirmou.
O executivo abriu as portas para a imprensa visitar o campus onde a marca desenvolve produtos. A estrutura conta com uma série de equipamentos que medem detalhes de cada item desenvolvido e uma equipe com mais de 200 funcionários. A empresa, no entanto, não abre quanto investe em inovação.
Os frutos, por outro lado, são evidentes. A ideia é sempre produzir peças e produtos simples que tenham efeito prático para os consumidores. Em 2009, por exemplo, o vencedor do Innovation Awardsfoi uma barraca da marca Quechoa que não precisava ser montada. Apenas abrindo o objeto embrulhado, a estrutura é armada em segundos. Na ponta final, foram vendidas 10 milhões de unidades.
No fim, a valorização do preço baixo ficou evidente na premiação. Uma peça de escalada, de 10 euros, perdeu apenas para um patinete para crianças, de 20 euros.
Veja os vencedores da noite de quinta-feira:
1º: B1
O patinete da Oxelo foi desenvolvido para crianças entre 2 e 4 anos. A plataforma do produto balança conforme a criança faz curva, o que torna o equilíbrio mais fácil. A empresa havia identificado que, nessa idade, havia uma dificuldade grande nos modelos convencionais.
Preço: 20 euros.
2º: Karo
Produto da Simond para escalada. A ideia é bastante simples: trata-se de uma trava para a corda de escalada, o que evita a fadiga de quem pratica o esporte ou de quem segura a corda no solo.
Preço: 10 euros.
3º: E-Tint
Com sobras, o mais caro e sofisticado produto na disputa deste ano. Os óculos da Wed’ze contam com um sistema eletrônico que faz a lente mudar de tonalidade. Para quem esquia, não há a necessidade de trocar o acessório em caso de mudança climática.
Preço: 120 euros.
* O repórter viajou a convite da Decathlon.