Quando, motivados por um aumento substancial no dinheiro recebido da televisão, os clubes decidiram acabar com o Clube dos 13, eles regrediram alguns bons anos na gestão comercial do Campeonato Brasileiro.
Não que o C13 fosse uma entidade que representasse bem os clubes. Mas, com erros e acertos, a instituição era um ponto único de negociação coletiva no Brasil.
O fim de uma entidade representativa de classe significou o fim de qualquer possibilidade de se facilitar a negociação de acordos comerciais coletivos para o futebol no Brasil.
O problema entre a EA Sports e os clubes para ter os times brasileiros na versão do Fifa 15 é mais uma prova de como pode ser maléfico o fim das negociações em conjunto dos clubes.
Na lógica do negócio da EA, foi mais simples deixar de ter os clubes do Brasil do que ter de sentar e, um a um, renegociar todos os contratos. A avaliação é de que é mais simples ter de abrir mão dos times locais do que perder tempo e dinheiro renegociando os acordos previamente firmados.
A questão dos games não é financeira. Com o calendário inchado e desconexo da Europa, os games são uma forma de levar a marca dos times para o exterior. Ao não ter os brasileiros no game oficial da Fifa, a perda é significativa.
A Europa ensina há décadas que viver só do dinheiro da TV é um risco. E o futebol no Brasil parece que só tem olhos para essa fonte de receita…