Um jogo transmitido ilegalmente via internet. Jogadores sendo retirados à força pelo presidente depois da derrota nos pênaltis. O domingo de decisões estaduais foi marcado pelo reforço do amadorismo de dirigentes no país.
Após não ter cedido à RPC, filiada da TV Globo no Paraná, os direitos de transmissão dos jogos do time no Estadual, o Atlético Paranaense infringiu a lei e exibiu, pelo seu canal no YouTube, o jogo decisivo contra o Coritiba. A transmissão foi interrompida após a Globo entrar com recurso no YouTube e alegar que o clube não detinha os direitos para transmitir o jogo (ninguém poderia fazê-lo, já que não havia nenhum acordo para exibição da partida). Com a queda da transmissão, o Atlético levou para o Facebook o jogo.
“Entendemos que era um direito nosso e lamentavelmente a concessionária da Globo, a RPC, nos tirou do ar. Voltamos mais tarde, por um outro canal (o Facebook), e terminamos a nossa transmissão. Pode parecer oportunismo da minha parte em razão da vitória, mas o nosso trabalho é quebra de paradigmas”, afirmou Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho do Atlético, ao “UOL”.
Imagem divulgada pelo Atlético para anunciar a transmissão pirata da final do Paranaense/Divulgação
A “quebra de paradigmas” continuou com mais uma ação do clube contra a emissora. O Atlético não permitiu que os gols da vitória do time fossem exibidos pela Globo. Apenas em seu canal oficial a vitória que valeu o título pode ser vista. Essa atitude, apesar de privar os torcedores de verem na TV aberta a conquista de mais um título estadual pelo clube, está dentro da lei.
Menos grave fez Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, que acabou derrotado nos pênaltis para o Corinthians. Revoltado com a decisão da arbitragem de voltar atrás na marcação de um pênalti a favor do seu time durante o jogo, o dirigente entrou em campo e mandou seus atletas abandonarem o estádio, não participando da cerimônia de premiação e também proibindo qualquer funcionário do clube a conceder entrevista. Coube a ele dizer que viu o “Paulistinha” ser manchado pela arbitragem.
Na noite de segunda-feira, em uma “carta aberta aos torcedores palmeirenses” publicada no site do clube, o dirigente disse que o Palmeiras estará “rompido” com a Federação Paulista de Futebol enquanto não for implementado o árbitro de vídeo em todos os jogos do Estadual e a comunicação entre os árbitros não for gravada e tornada pública se houver necessidade.
Isso não significa, porém, que o Palmeiras não jogará o torneio estadual no ano que vem. Apenas que o clube não pretende dialogar com a entidade, não participando de eventos oficiais e reuniões para tomada de decisões. Entre elas, as que ele pede.