Ela foi desfalque por lesão na primeira partida. Marcou só dois gols em cobranças de pênaltis. Esteve longe de repetir o desempenho de Mundiais anteriores. Mas, sob todos os aspectos, a participação brasileira na Copa do Mundo de 2019 foi monopolizada por Marta, que liderou o time fora de campo.
A participação brasileira no Mundial da França foi encerrada com uma entrevista de Marta à beira do campo, conclamando as jogadoras da nova geração a assumirem a responsabilidade de levar o futebol feminino para frente. Naquele momento, Band e Globo somavam cerca de 35 pontos de audiência. Uma das maiores registradas pelo futebol este ano e uma das melhores da história do futebol feminino.
Foto: Reprodução / Twitter (@FIFAWWC)
O recado dado para quase todo o Brasil foi só mais um dos capítulos da história escrita pela camisa 10 da seleção brasileira neste Mundial. Do começo ao fim, Marta foi o centro das atenções de uma Copa que poderia apontar um novo rosto para ser protagonista no Brasil, mas que acabou sendo ofuscado pela Rainha.
Fora do jogo de estreia na Copa por lesão, ela foi a campo na segunda partida. E, desde então, suas atitudes dentro e fora do campo renderam a ela o topo dos comentários no Twitter, de buscas no Google e de repercussão em outras redes.
Quando fez seu gol de pênalti contra a Austrália, Marta começou a mostrar que não estava na França apenas para jogar futebol. Ela fez o gol e apontou para a chuteira preta, coberta com o símbolo do movimento “GoEqual”, que pede a equidade de gêneros. Foi o começo de uma saga dela para levantar bandeiras.
No jogo seguinte, diante da Itália, mostrou a força de sua marca. Entrou em campo com um batom de cor roxa, chamativo. O produto é o novo lançamento da Avon, patrocinadora da atleta. Ela marcou mais um gol e se tornou artilheira máxima de Copas do Mundo da Fifa, com 17 gols. Durante a partida, porém, as buscas na internet eram muito mais a respeito do batom que usava. Após o jogo, na entrevista em rede nacional, Marta não titubeou. Afirmou que o batom era ótimo, que não saía mesmo com ela atuando 90 minutos de um jogo. Propaganda certeira, driblando norma da Fifa que não permite patrocínio pessoal em campo.
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Após a eliminação do Brasil, Marta também virou o centro das atenções ao dizer que as atletas precisam aprender a “chorar primeiro e sorrir depois”. Uma crítica indireta à relaxada preparação brasileira. Para quem, pré-Copa, só tinha apoio da Brahma, Marta mostrou que ainda é o rosto a levar adiante o futebol feminino.