Diário da Rússia: Sochi é uma sede olímpica inspiradora

No dia em que as bolinhas da Copa do Mundo foram sorteadas, a trilha do Brasil foi definida e Sochi ficou de fora dos esperados sete jogos que teremos pela frente caso sejamos competentes para tal. Tendo o Brasil começado sua trajetória por Rostov-on-Don e cinco dias de intervalo para o segundo jogo, aproveitei a relativa proximidade geográfica pra passar um par de dias em Sochi.

Escolhida por brasileiros e alemães como sua base durante a Copa (antes de o sorteio definir seus caminhos), este balneário vale a visita de quem tiver algum tempo de folga ou de quem curte esportes, como os leitores da Máquina do Esporte.

Foto: Reprodução

Minha recomendação não tem como expectativa chamar a atenção para os pontos turísticos, praias ou restaurantes, mas para a Disneylândia esportiva que o governo russo construiu. A Rússia se assemelha ao Brasil em seu recente apetite em receber os maiores eventos esportivos do mundo num curto espaço de tempo. Gastando uma fábula em infraestrutura esportiva, recebeu os Jogos de Inverno em 2014, passou a fazer parte do calendário da Fórmula 1 e, agora, a Copa do Mundo.

Para efeito de comparação, imagine juntar o Parque Olímpico da Barra com o Castelão e o autódromo de Interlagos num só lugar… e à beira da praia! A um quilômetro de distância, o Beto Carrero World russo marca presença com montanhas-russas (desculpem o trocadilho), roda-gigante, um grande castelo e outras atrações.

Difícil julgar se serão elefantes brancos ou um legado que continuará tendo uso regular. Uma pista foi o fato de o ginásio olímpico de hóquei no gelo ter aulas diariamente para crianças e ser sede do time da cidade, com muitos jogos já agendados para o segundo semestre. O estacionamento do parque ter muitos carros e notar gente do mundo todo andando de bicicleta e tirando fotos me deu uma pontinha de inveja, quando comparo com o pouco uso do recém-inaugurado Parque Olímpico do Rio.

Criar um calendário de eventos esportivos profissionais e permitir o uso amador e turístico das instalações esportivas podem ser boas lições de Sochi para o Brasil.

* David Pinski é louco por futebol há 42 anos, marketeiro há 21 e está na sua 2ª Copa do Mundo

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