Direitos de TV da seleção espanhola viram alvo de CPI

Uma espécie de CPI foi criada na Espanha para investigar o contrato firmado pela rede de televisão TVE e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) para a transmissão dos jogos da seleção espanhola durante o ano de 2014.

Na última terça-feira, o presidente da RTVE, rede da qual a emissora aberta TVE faz parte, defendeu o contrato com a RFEF e afirmou que não deixará de transmitir os jogos do time espanhol.

A oposição do governo afirma que o contrato, avaliado em 50 milhões de euros para cerca de 20 jogos ao ano, representa um gasto muito alto do dinheiro público, num momento em que é preciso uma maior austeridade fiscal. Ao Parlamento Espanhol, Leopoldo González-Echenique rebateu.

“Jogo limpo, mas jogo com responsabilidade”, disse Echenique, que afirmou ter pago menos do que os 50 milhões pelos direitos de transmissão da seleção espanhola. O executivo, porém, se recusou a revelar os valores, alegando que isso “daria informações para a concorrência”. Em sua defesa para justificar a compra dos direitos, ele disse:

“Se não tivéssemos comprado a transmissão este ano, ficaríamos relegados a um segundo plano, viraríamos uma emissora marginal. É uma missão de serviço público investir em direitos de alto valor comercial, como os da La Roja”, afirmou Echenique aos parlamentares.

Em 2013, a RTVE perdeu os direitos de exibição dos jogos da Espanha para a Mediaset, que pagou 40 milhões de euros pela transmissão. O pacote incluía os jogos classificatórios para a Copa do Mundo de 2014 e, também, 12 jogos amistosos. O executivo da RTVE afirmou que os valores pagos agora não representam 1% de todo o gasto da empresa no ano (cerca de 950 milhões de euros).

Afundada numa grave crise financeira desde 2008, a Espanha tem reduzido os gastos em diversas áreas. O esporte, quase sempre, entra no foco dos políticos pelas altas cifras envolvidas. Recentemente, os valores gastos por Real Madrid e Barcelona na contratação de atletas foram muito criticados pelos políticos. Atualmente, a taxa de desemprego no país ibérico beira os 25%.

*O repórter viaja a Madri a convite da Nike

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