A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) entrou em rota de colisão com o movimento liderado pelos clubes da LBF (Liga de Basquete Feminino). A entidade apresentou, na última quinta-feira (dia 3), no Rio, o planejamento da seleção feminina até os Jogos do Rio-2016. No mesmo dia, dirigentes, técnicos e jogadoras da LBF apresentavam, em São Paulo, sua pauta de reivindicações à confederação.
A pauta proposta pelos clubes foi a formação de um colegiado, integrado pelos treinadores das seis equipes que disputam a LBF, para decidir sobre comissão técnica. Na prática, seria a destituição do atual treinador, Luiz Augusto Zanon, no comando da seleção feminina desde 2013 e mal visto pelas equipes. Além disso, os times querem ter acesso aos gastos da CBB com a preparação do feminino.
“Essa forma como estão fazendo a Laís [Elena], o [Antonio Carlos] Vendramini e o [Roberto] Dornelas passa pela falta de ética. É falta de caráter falar mal de um colega de profissão querendo tomar o lugar dele”, rebateu Vanderlei Mazzuchini, diretor técnico da CBB sobre os treinadores respectivamente de Santo André, Corinthians e América-PE.
Os clubes afirmaram que, caso sua pauta de reivindicações não seja atendida, não irão ceder suas jogadoras para participar do evento-teste do basquete, marcado para janeiro, com a participação de Brasil, Austrália, Argentina e Venezuela. “A gente fez um acordo há mais de cinco meses com eles. E é data Fiba [Federação Internacional de Basquete]. Não é convite, é uma convocação”, afirmou Vanderlei.
O dirigente defendeu a permanência de Zanon à frente da seleção brasileira. O treinador foi contratado após a conquista de seis títulos dirigindo o Americana (2009 a 2012), entre os quais dois Paulistas (2010 e 2012), um Brasileiro (2012) e um Sul-Americano de clubes (2012). Na temporada passada, ele dirigiu o time masculino do São José. Por conta disso, o grupo ligado à LBF afirma que o técnico deixou de acompanhar o feminino.
“Quando foi contratado, o Zanon era o melhor técnico disparado do feminino. É mentira que ele não acompanhava a LBF. Ele foi a alguns jogos. A mesma coisa acontece no vôlei”, afirmou Vanderlei, lembrando que o técnico da seleção masculina, Bernardinho, dirige um time feminino na Superliga, o Rio de Janeiro.
Outra reclamação da LBF é que a CBB dá prioridade ao basquete masculino. “Elas têm diária, seguro, hotel e alimentação de primeira. Em parceria com o COB [Comitê Olímpico Brasileiro] temos o plano de saúde funcionando o ano todo. É a mesma estrutura que tem o masculino”, afirmou.