Diretor da Nestlé critica relação do Brasil com naming right

Logo de 90 anos da Nestlé, que foi espalhado pelo Anhembi

Logo de 90 anos da Nestlé, que foi espalhado pelo Anhembi

Não é difícil perceber que o naming right de um evento esportivo não é muito respeitado no Brasil. Focando-se no universo dos sites dos três principais jornais do país, em nenhuma reportagem sobre o adiamento da Fórmula Indy a propriedade é usada. Tanto na “Folha de S.Paulo”, quanto no “Estado de S. Paulo” e em “O Globo”, o termo “Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé” não se fez presente nos textos e em nenhum momento as empresas em questão foram citadas.

A principal vítima dessa falta de hábito, é claro, são os patrocinadores máster do evento do último fim de semana em São Paulo. A Nestlé vai além e defende que, ao não anunciar o nome do patrocinador, o evento inteiro perde e, por consequência, a própria mídia envolvida na sua cobertura sai prejudicada.

À Máquina do Esporte, o diretor de marketing da Nestlé, Izael Sinem Júnior, proclamou duras palavras à imprensa brasileira em geral. Para o executivo da empresa, a decisão de ocultar as marcas que compram a propriedade de nome do evento é uma “censura míope”.

“Os veículos de comunicação têm que entender que o patrocinador não é um simples anunciante que concorreria com os parceiros do jornal. O patrocinador é quem faz o evento acontecer. Todos precisam disso, mas alguns veículos insistem em não perceber”, afirmou Sinem Júnior, no camarote de sua empresa no Anhembi, no último domingo.

O diretor fez questão de ressaltar que todo o grupo Bandeirantes tem sido um caso de exceção neste cenário. A empresa é a principal responsável pela corrida no Brasil, um evento inteiro organizado pela Enter, a agência criada pelo grupo no fim de 2010 para realizar ocasiões como a do último fim de semana.

Essa não é a primeira vez que a Nestlé vive um problema com o desrespeito ao naming right. Os casos mais notórios são no vôlei e puderam ser vistos recentemente. A empresa mantém o time de Osasco, que carrega o nome de Sollys, uma das marcas da Nestlé. O ápice de exposição no investimento acontece nas finais da Superliga, quando a rede Globo faz a transmissão das partidas em rede aberta. A emissora carioca, no entanto, se refere ao time apenas como Osasco.

A rede Globo é o caso mais explícito de negação ao naming right. Na Fórmula 1, por exemplo, a equipe Red Bull Racing se transformou em RBR, simplesmente. Em abril deste ano, a seleção brasileira enfrentou a Escócia no Emirates Stadium. Mas, na emissora carioca, o local era apenas o estádio do Arsenal, para que o nome da companhia aérea não fosse citado.

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