Discovery compra direitos de Olimpíadas na Europa até 2024

Festa de encerramento dos Jogos de Londres-2012

A Discovery Communications, dona do canal Eurosport, assegurou os direitos dos Jogos Olímpicos entre 2018 e 2024 por € 1,3 bilhão (R$ 4,54 bilhões). A negociação com o COI (Comitê Olímpico Internacional) abarca todas as plataformas: TV aberta, TV fechada, internet e telefonia móvel. O acordo vale para 50 países ou territórios da Europa.

As exceções são a Rússia, e os direitos de exibição de Pyeongchang-2018 e Tóquio-2020 para França e Reino Unido, que já haviam sido adquiridos anteriormente por France Télévisions e BBC, respectivamente.

O contrato foi assinado há uma semana, mas divulgado nesta segunda-feira. As cidades-sede dos Jogos de Inverno de 2022 e da Olimpíada de Verão de 2024 ainda não foram escolhidas.

Com o compromisso firmado pelo COI, outras emissoras interessadas nos megaeventos terão que sublicenciar os direitos a partir da Discovery.

De acordo com a empresa, a expectativa é manter a exclusividade na maioria dos locais. No entanto, a companhia admite que irá sublicenciá-los em alguns mercados menos atraentes.

O velocista Usain Bolt, uma das principais atrações da Olimpíada

“Estamos na Europa há 26 anos e investimos em todo o continente, enquanto a maioria das emissoras de TV estava recuando”, afirmou David Zaslav, presidente e CEO do Discovery Communications, em entrevista ao Sports Business Journal.

“Se transmitirmos as Olimpíadas com o Eurosport e nossos dez canais em todos os países em que estamos, poderemos agregar um valor significativo para o evento e promovê-lo em todas as nossas plataformas”, acrescentou o executivo.

Outra parte importante do acordo é a parceria entre Discovery e COI na constituição do canal de TV Olímpico, que será distribuído pela empresa por toda a Europa.

“Acima de tudo, esse acordo garante que os fãs de esporte na Europa poderão desfrutar de uma excelente cobertura dos Jogos Olímpicos e dos esportes olímpicos, tanto durante os eventos, quanto fora do período de competição, na plataforma que escolherem”, festejou Thomas Bach, presidente do COI.

O entendimento teve início quando o dirigente alemão divulgou a iniciativa do comitê de lançar um canal olímpico. Foi quando Zaslav viu uma excelente oportunidade de negócios e iniciou a negociação, há oito meses.

“Quando li a notícia [sobre o canal olímpico], pensei: ‘Isso é para nós’”, afirmou Zaslav, referindo-se à Eurosport, que atinge 130 milhões de residências no velho continente.

“Viemos à Suíça em outubro, e eu os apresentei a Christophe de Kepper [diretor-geral do COI]. Nos reunimos por umas duas horas e meia, o que deu a chance de David mostrar seus projetos”, contou Ebersol.Para iniciar as conversas, o executivo conversou com Dick Ebersol, ex-comandante da NBC Sports, que está intimamente associada com a produção dos Jogos Olímpicos nos Estados Unidos. Ebersol concordou ser um consultor não remunerado para ajudar Zaslav a se aproximar dos dirigentes do COI.

Cerimônia de encerramento dos Jogos de Inverno de Sochi

Um dos trunfos apresentados pela proposta norte-americana foi a promoção da Olimpíada e dos valores do esporte durante todo o ano, não deixando o conteúdo restrito ao período de competições.

“O objetivo do COI era ter alguém disposto a investir bastante na Olimpíada, mas também que levasse conteúdo a todas as plataformas, se comprometendo em promover os esportes olímpicos durante todo o ano”, contou Zaslav.

O acordo também é uma forma de a empresa crescer na Europa. O sinal do Eurosport é transmitido para vários países do continente. A rede também possui canais locais, capazes de veicular conteúdos diferenciados para cada mercado. Segundo a Discovery, a empresa possui em média 10 canais em cada grande mercado europeu, incluindo Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha e países da Escandinávia.

Pelo contrato, a Discovery se compromete a veicular ao menos 200 horas de Jogos de Verão e 100 horas de Jogos de Inverno na TV aberta da Europa. Para que esse compromisso seja cumprido, a empresa deve sublicenciar os direitos em alguns países. 

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