Dois dias depois de voltar ao cargo de presidente da CBF, Marco Polo Del Nero voltou a se licenciar do cargo. Dessa vez, porém, o indicado para ocupar a vaga é o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, presidente da federação do Pará, que foi eleito um dos vice-presidentes da entidade no mês passado.
Na terça-feira, Del Nero havia reassumido o posto no lugar do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES). Apesar de capixaba, Vicente ocupava o cargo de vice-presidente para a região Centro-Oeste. Na estranha geografia da CBF, o coronel Nunes foi eleito para ocupar a vice-presidência para a região Sudeste, apesar de ser do Pará.
A saída de Del Nero foi anunciada em um curto comunicado oficial. Segundo ele, o presidente alegou “motivos de ordem pessoal” para se licenciar do cargo novamente por um período de até cinco meses.
A entrada e saída relâmpago de Del Nero à frente da CBF é mais uma manobra política do dirigente. O presidente da confederação ficou insatisfeito com a curta gestão de Vicente, que teria mostrado excesso de independência ao propor melhorias na gestão do futebol brasileiro.
Del Nero deve levar suspensão de alguns anos pelo Conselho de Ética da Fifa, que já afastou do futebol nomes como o ex-presidente da entidade, Josehp Blatter, o ex-mandatário da Uefa, Michel Platini, e o ex-secretário-geral, Jérôme Valcke. Caso isso aconteça, o brasileiro terá o coronel Nunes à frente da CBF, um homem de sua confiança.