O sul-coreano Chung Mong-Joon anunciou nesta quinta-feira (30) sua candidatura à presidência da Fifa. A eleição está marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016. O detalhe é que Mong-Joon é acionista majoritário da Hyundai, uma das patrocinadoras da categoria máster da entidade, ao lado de Adidas, Coca-Cola, Gazprom e Visa.
O vínculo da montadora com a Fifa vai até 2022, ano da Copa do Mundo no Qatar, e o executivo não esclareceu no comunicado distribuído à imprensa se a sua pretensão de assumir o lugar de Joseph Blatter terá consequência sobre o contrato.
“Durante estes quatro anos, espero conseguir realizar o meu programa e fazer da Fifa uma verdadeira organização não-governamental desportiva, aberta, transparente, moral e ética”, afirma a nota assinada pelo sul-coreana.
O anúncio acontece um dia depois de Michel Platini oficializar sua candidatura ao pleito. O francês, atual presidente da Uefa, foi chamado de “marionete indigna de confiança” pelo dono da Hyundai, que não economizou nas críticas aos principais dirigentes do futebol mundial.
“Platini é bom para o futebol, mas pode ser um bom presidente da Fifa? Penso que não. Ele é um produto do atual sistema da Fifa. Blatter é uma espécie de canibal que come os seus pais e depois chora por estar órfão. Ele culpa todos, exceto ele próprio”, completou Mong-Joon.
A acidez nos comentários contrasta com o tom polido, apesar de crítico, adotado na nota oficial da montadora após o estouro do escândalo de corrupção que levou sete dirigentes à prisão na Suíça, no mês de maio, e culminou na renúncia de Blatter quatro dias após a eleição. A Hyundai foi uma das parceiras comerciais da Fifa mais “amenas” nas cobranças.
“Como uma companhia que dá máxima prioridade às normas éticas e à transparência, Hyundai Motor está extremamente preocupada com os procedimentos legais que estão sendo tomadas contra os executivos da Fifa e seguirá de perto a situação”, cobrou a empresa na época
Coube à Visa as críticas mais contundentes à entidade máxima do futebol mundial, incluindo ameaça de rompimento do contrato. A Adidas, por sua vez, afirmou que levará em conta os desdobramentos do caso para avaliar se renovará ou não o patrocínio à Fifa.
O prazo para inscrição de candidatos à presidência da Fifa é 26 de outubro. O ex-jogador Zico afirmou que pretende concorrer ao cargo, mas ainda não oficializou o processo, assim como o príncipe Ali Bin Al Hussein, único opositor de Blatter nas eleições de maio.