O mercado de gestão de arenas está em crise no Brasil, mas o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), se mantém otimista com a concessão à iniciativa privada do Pacaembu, um estádio construído em 1940 e sem grandes reformas ou modernizações desde então.
O político está em uma feira em Dubai para apresentar uma série de instrumentos públicos da cidade de São Paulo para grupos de empresários e de fundos de investimentos. O plano é tirar do papel a promessa de privatizar mais de 50 itens do município, como o Parque do Ibirapuera e o centro de eventos Anhembi.
Mas, segundo Dória, o destaque ficou para a velha arena. “Tivemos vários interessados, não apenas um ou dois. O futebol nessa região, assim como na China, vem tendo um crescimento muito grande, então era natural, já tínhamos essa expectativa, mas confesso que superou, dado o interesse no programa de concessão do Pacaembu”, afirmou à rádio Jovem Pan.
Segundo Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Recreação, o Pacaembu custa R$ 26,8 milhões ao ano para os cofres públicos. A concessionária que assumisse a gestão do estádio teria que arcar com esse custo e fazer do complexo, que inclui piscinas e ginásio, fosse lucrativo, mesmo com a proibição de shows musicais na arena. O acordo seria de 10 ou 15 anos.
O otimismo de Dória acontece justamente em um momento de baixa para estádios no Brasil. O maior exemplo é o Maracanã. O estádio, palco da final da Copa do Mundo de 2014, foi abandonado por sua concessionária após prejuízos de R$ 173 milhões em menos de quatro anos.
Além da arena, Dória quer privatizar o autódromo de Interlagos. O local poderia ser usada para eventos diversos, além de ceder espaço para a construção de imóveis.