Sem patrocínio, suspensa de competições internacionais e com salários de funcionários atrasados, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) elegeu o empresário Guy Peixoto, 55, como novo presidente da entidade nesta sexta-feira (dia 10).
Encabeçando a chapa Transparência, Peixoto, que é ex-jogador de basquete tendo inclusive defendido a seleção brasileira, derrotou Amarildo Rosa, presidente da federação paranaense, da chapa Bola na Cesta, por 17 votos a 9. A eleição foi realizada durante Assembleia Geral da entidade, realizada na sede do COB (Comitê Olímpico do Brasil), no Rio de Janeiro.
“É uma responsabilidade que vocês estão me dando. Daqui para frente seremos um time só. Podem contar com essa presidência para o que for preciso porque a porta da CBB está aberta para todos”, afirmou o novo presidente.
O sucessor de Carlos Nunes, que ficou oito anos à frente da entidade (2009 a 2017), irá herdar uma série de problemas para conseguir iniciar os trabalhos de gestão. Em crise financeira, a confederação acumula uma dívida de mais de R$ 17 milhões, segundo o balanço financeiro de 2015.
Para piorar, a entidade perdeu no início do ano seu patrocinador máster, o Bradesco, responsável por um aporte anual de cerca de R$ 8 milhões. O banco privado optou por seguir investimentos em outros projetos esportivos, como o patrocínio às confederações de judô, rúgbi e vela. A Nike é a única apoiadora com contrato vigente. O compromisso vai até 2020. No entanto, a verba da empresa de material esportivo já estaria comprometida até 2018.
A CBB também está impedida de receber verba de Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias da Caixa ao esporte, e de convênios do Ministério do Esporte. Tudo por conta de uma suspensão imposta pela Fiba (Federação Internacional de Basquete) à entidade. A punição vai até maio. Nesse período, o Brasil está impedido de participar de torneios internacionais.
A entidade que comanda o basquete mundial já propôs uma força-tarefa para reestruturar a CBB com a participação de COB e Ministério do Esporte. Peixoto, porém, já avisou ser contra os termos propostos. O dirigente afirmou já ter uma reunião agendada com a Fiba e irá implantar um plano emergencial para os primeiros cem dias de gestão.
“Precisamos ajudar e dar apoio para cada uma das 27 federações para que tenham as verdadeiras condições de fazer basquete. Vamos administrar a CBB para todos os seguimentos do basquete”, prometeu o novo presidente, que recebeu apoio de ídolos do basquete como Amaury, Marquinhos, Marcel e Marta.