Em crise, México abre mão de sede de Mundial de esportes aquáticos de 2017

Complexo Aquático de Guadalajara usado no Pan de 2011

A queda do preço do barril de petróleo fez com que o México desistisse de ser sede do Mundial de esportes aquáticos de 2017. A austeridade financeira decretada pelo presidente Enrique Peña Nieto para fazer frente à crise fez o país cancelar o evento, que seria realizado de 15 a 30 de julho em Guadalajara, cidade que já havia sido sede do Pan-Americano de 2011.

A Fina ainda não divulgou uma nova sede para o evento. A edição deste ano está marcado para Kazan, na Rússia. O Mundial de 2019 será sediado em Gwangju, na Coreia do Sul.

O Mundial de esportes aquáticos representava, junto com o regresso da Fórmula 1 ao país, os eventos esportivos internacionais mais importantes marcados para o México. Com a renúncia, outros eventos esportivos programados no local correm risco. É o caso do Pré-Olímpico de basquete, programado para Monterrey, em agosto.

A sede do Mundial foi obtida durante mandato do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012). O custo do evento é de cerca de US$ 100 milhões. Até o momento, o governo federal havia liberado US$ 10 milhões. No programa inicial, Guadalajara seria sede da natação, saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático. Puerto Vallarta abrigaria a maratona aquática e salto em altura.

A suspensão do evento não chega a ser uma surpresa. Tanto o governo federal quanto o Estado de Jalisco tinham mostrado pouco interesse em manter o evento. O governo estadual ainda paga dívidas geradas pelo Pan de 2011.

Há três semanas, a Fina (Federação Internacional de Natação) lançou advertência aos organizadores por causa de atrasos e exigiu publicamente que o México constituísse um Comitê Organizador antes de 10 de fevereiro. Caso contrário, a entidade ameaçava retirar a competição do país.

A destituição do México como sede de eventos esportivos não é inédita. Em 2009, o país perdeu a sede do Pré-Mundial de basquete por não satisfazer os pedidos da federação continental da modalidade. O motivo alegado na época foi falta de recursos financeiros.

O corte de quase US$ 9 bilhões (cerca ce 0,7% do PIB) adotado no final de janeiro impôs uma revisão grande de investimentos. A ideia da Secretaria da Fazenda, dirigida por Luis Videgaray era evitar que esse corte afetasse programas sociais como habitação, educação e combate à pobreza.

Além do Mundial de esportes aquáticos, foram cortados investimentos em infraestrutura, como a construção de uma linha férrea de trem rápido de Cidade do México a Querétaro, o primeiro desse tipo na América Latina.

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