O Santos entrará em campo contra o Flamengo no próximo domingo (2), no Maracanã, com seu uniforme desfigurado pela quantidade de contratos pontuais acertados nesta semana para tentar amenizar a grave crise financeira do clube.
Ao todo, dez marcas estarão espalhadas por camisa e calção santistas: iFood, Loja do Mecânico, Hospital Paulista, Ice Creamy, Sucrilhos e CNA, além dos patrocínios fixos de Corr Plastik e Voxx Suplementos. A camisa do time da Vila Belmiro traz ainda o símbolo do clube e o logo da Nike, fornecedora de material esportivo da equipe.
O alvinegro da Vila Belmiro não divulgou os valores dos acordos, mas o volume de contratos “denuncia” a desvalorização das propriedades do clube. Por um ano de contrato com a Voxx, por exemplo, o Santos receberá R$ 500 mil, cerca de R$ 41 mil por mês.
O time não tem patrocínio máster há dois anos e tem um departamento de marketing inoperante. O acordo com a Corr Plastik, fechado na gestão anterior, foi costurado pelo então zagueiro santista Edu Dracena, hoje jogador do Corinthians. A Voxx chegou pelas mãos do setor de comunicação.
A desorganização interna, refletida em maus resultados dentro de campo, veio à tona na semana passada. O clube anunciou que estava acertado com a marca de suplementos, mas a assinatura do contrato foi desmentida pela empresa. Horas depois, o Santos forçou o fechamento do acordo e jogou com o logo da Voxx na barra do calção. Segundo a Máquina do Esporte apurou com fontes ligadas à empresa, o Santos usou o mesmo artifício em abril e chegou a disputar uma partida com a marca da Voxx nas mangas sem nenhum contrato assinado.
A lambança fez com que o diretor de comunicação, Fabiano Farah, afirmasse à reportagem que Paulo Cesar Verardi, executivo de marketing santista, não tem poder de decisão dentro do clube.
A história com a Voxx foi similar a uma ação feita pelo vice-presidente do clube César Confort, que postou em sua página no Facebook no dia 17 de julho: “Santander patrocina o Santos Futebol Clube”. A informação inverídica, segundo o dirigente, foi uma estratégia para estimular o banco a patrocinar a equipe, cuja dívida chega a R$ 400 milhões.