Em estratégia diplomática, Cosmos anuncia amistoso contra Cuba em Havana

Dirigentes de Cuba e do Cosmos, durante anúncio do amistoso

O futebol é a nova ferramenta diplomática na reaproximação entre Estados Unidos e Cuba. O New York Cosmos, mais famoso time norte-americano, anunciou nesta segunda-feira que fará um amistoso contra a seleção cubana em Havana, no dia 2 de junho.

“Existe muita expectativa em Cuba para essa partida. É um sonho. O Cosmos é um clube muito maior do que imaginava. Os jogadores estão ansiosos para jogar contra astros como Raúl [González, principal astro do Cosmos]”, afirmou Walter Benítez, treinador de Cuba.

Segundo o clube, quando for celebrado o amistoso contra a seleção cubana, o Cosmos terá visitado 42 países. “É um embaixador natural dos Estados Unidos”, afirmou Seamus O’Brien, presidente do Cosmos. “Sonhamos alto. Espero que esse jogo sirva para inspirar outras iniciativas e contribua para melhorar as relações entre os dois países”, completou o dirigente.

A partida será disputada no estádio Pedro Marrero, em Havana. A arena tem capacidade para 28 mil pessoas. Ainda não está definido como os torcedores norte-americanos poderão viajar a Cuba para acompanhar a partida. Também não foi definido se haverá uma partida de volta, em Nova York. 

A iniciativa pode ser um primeiro passo para uma futura visita do presidente Barack Obama ao país. Não seria a primeira vez que o esporte seria utilizado como estratégia para reaproximar países com relações estremecidas. O embargo econômico dos Estados Unidos sobre Cuba já dura quase meio século. 

Nos anos 70, o país promoveu a política do pingue-pongue, quando o tênis de mesa serviu de plano para que os Estados Unidos retomassem as relações diplomáticas com a China após quatro décadas, coroada com uma visita do presidente Ricahrd Nixon ao país.

O Cosmos será o segundo clube de futebol dos Estados Unidos a jogar em Cuba depois da Revolução Comunista de 1959. Em 1978, o Chicago Sting esteve no país a convite do ditador Fidel Castro. “O esporte é a melhor maneira de superar fronteiras, físicas ou psicológicas”, afirmou Clive Toye, diritente do clube na época.

A diplomacia do futebol voltou a emergir no confronto entre EUA x Cuba em 2008, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Foi o primeiro duelo entre as equipes em seis décadas.

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