O preço dos ingressos voltou a virar assunto no futebol brasileiro, justamente na reta final da temporada. Conforme a posição da tabela do Brasileirão, clubes têm variado os tíquetes para cima ou para baixo, em estratégias que repercutem entre dirigentes e torcedores. O tema tem sido uma constante dúvida no Brasil desde o surgimento das novas arenas e a necessidade de arcar com as caras estruturas.
O caso mais notório aconteceu em Minas Gerais. O Cruzeiro, após superar maus momentos no Campeonato Brasileiro, resolveu diminuir os benefícios para o sócio-torcedor para a reta final da temporada. Os fãs mineiros mostraram irritação e, publicamente, o vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin, colocou a “culpa” no marketing. “A única coisa que podemos fazer é dar nossa opinião, cabe a eles aceitarem ou não essa opinião”, polemizou.
A regra já passa a valer para o jogo da próxima quarta-feira, pela Copa do Brasil, contra o Corinthians. A importância do encontro, no entanto, manteve os torcedores próximos: foram 30 mil ingressos vendidos para a partida no Mineirão.
Outro clube que resolveu subir os ingressos foi o Flamengo, que disputa o título do Campeonato Brasileiro. Também contra o Corinthians, o time voltará ao Maracanã. E, para isso, apostará no que deverá ser o tíquete médio mais alto do torneio; a entrada mais barata será R$ 80. Entrada alta, por sinal, tem sido regra para o clube nos últimos anos. No atual Brasileirão, a média da equipe é de R$ 58.
Para amenizar o preço alto, o Flamengo irá lançar um pacote de venda com os quatro últimos jogos do time. Quem o comprar terá descontos maiores para ver o time disputar o título dentro do Maracanã.
Em direção contrária, está o São Paulo. O time anunciou no fim de semana que voltará a vender ingressos a R$ 10 até o fim da temporada; o time luta contra o rebaixamento. Em 2013, a equipe do Morumbi recorreu ao mesmo recurso, e os resultados foram positivos. A média de público passou de 8,5 mil para 29,8 mil. A bilheteria média saltou de R$ 228 mil para R$ 344 mil.
Hoje, a situação é mais favorável. O São Paulo mantém média de 18 mil pessoas, com renda média de R$ 518 mil, mais do que o arrecadado com a medida de 2013 com os valores atualizados pela inflação do período.