Em pesquisa, SPC mostra maior interesse da elite pelo futebol

“Futebol” e “Povo” são duas palavras que costumam andar juntas no Brasil, seja para exaltar o esporte ou para, de alguma maneira, reduzi-lo ao “ópio”, em analogia à religião citada em obra de Karl Marx. Mas, apesar do senso comum, a disputa pela bola está longe de se limitar a uma categoria social. A elite, na verdade, gosta ainda mais da modalidade.

O mais recente levantamento atestando essa característica foi divulgado na última terça-feira (13), por meio de uma pesquisa realizada entre o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Para a análise, foram consultados 712 consumidores, acima de 18 anos, nas 27 capitais brasileiras.

Como era esperado, o futebol é o esporte favorito entre os brasileiros, com 67,4% das respostas. Entre os entrevistados, a maior diferença está entre homens e mulheres; a modalidade é a favorita de 80% do primeiro grupo e apenas 49,7% do segundo. Entre os grupos divididos por idade, não há diferença significativa.

Já entre as classes, o futebol é o favorito para 77,7% das pessoas que fazem parte das classes A e B. No grupo das classes C, D e E, há mais de 10 pontos percentuais de diferença: a preferência ficou  em 64,5% do total.

A pesquisa também mensurou o tamanho do interesse do brasileiro pelo futebol. O grupo que declarou gostar e acompanhar o esporte foi dividido entre três: aficionado, fã e simpatizante. As diferenças se referem a quanto o torcedor consome de futebol e seus clubes de coração, com notícias e com jogos em estádio e televisão.

A maioria, 50,3%, foi identificada como aficionada, seguida pelas categorias fã (com 36,65%) e simpatizante (com 13,1%). E, novamente, há uma diferença significativa entre as classes sociais. Isso porque as classes A e B foram classificadas como aficionadas por 64,1% dos participantes. As classes C, D e E somaram 46,4% nesse grupo.

O peso dos mais ricos levou a pesquisa a afirmar que os torcedores de futebol, 67,4% dos habitantes do país, declaram ter gastado em média R$ 256 no último mês com o futebol. O valor parece alto, mas ele abrange diversos itens, como compra de bebidas e comidas para acompanhar a partida, televisão, compra de revistas e jornais, bares e restaurantes, entre outros.   

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